"Advogados sem OAB" e a visão dos leigos sobre a questão do paralegal

Sexta, 8 de agosto de 2014

1 Vi a capa do Correio Braziliense e tomei um susto! "Advogados sem OAB?"

Evidentemente que um jornalista não precisa, a priori, saber que advogado é advogado, e se não tiver a carteira pode ser muita coisa, menos advogado.

Aí fica a pergunta: como a sociedade vai ver o paralegal? Se for como um "Advogados sem OAB", mas advogado, ou seja, podendo advogar, realmente a coisa vai ficar feia no mercado de trabalho.

Eu não tenho a menor dúvida que o paralegal vai impactar negativamente no mercado de trabalho para os jovens advogados, pois sua implementação vai gerar a troca de quem tem a carteira, com um salário mais alto, por quem não tem a carteira e não poderá exigir a mesma base salarial.

Infelizmente essa é a realidade do mercado: redução de custo onde for possível para maximizar resultados. Quem disser que isto não vai acontecer vai ter de provar a assertiva com bons argumentos de ordem ECONÔMICA, e não jurídica.

Infelizmente este projeto mata o MÉRITO, o esforço de quem estuda para ser advogado via aprovação pelo Exame de Ordem. A porta do mercado, para qualquer bacharel está aberta, bastando ser aprovado no Exame de Ordem. Não é fácil, por certo, mas também não é impossível.

Faltou aos responsáveis por este projeto um maior conhecimento sobre a realidade do mercado de trabalho, o descalabro do ensino jurídico superior e o impacto que esses novos "operadores do Direito" deixarão nas relações sociais.

Ou seja: estamos diante da possibilidade REAL de uma explosão do exercício irregular da profissão por quem não terá a devida habilitação legal. E isso hoje já existe em larga medida. Com o avala estatal, será o descalabro.

O contexto desenhado para o futuro é muito grave.

Ademais, DUVIDO que um debate, estudo ou algo semelhante tenha sido providenciado. Tudo feito na base do achismo e de uma pretensa boa vontade por parlamentares ligados à OAB.

Estavam errados!

Uma vez aprovado este projeto, jovens advogados, preparem-se para um maior achatamento do piso salarial e para demissões, como se hoje o quadro não fosse já muito grave.

Espero, e espero mesmo, que a OAB se mobilize contra esse PL na defesa da classe.