Terça, 3 de maio de 2016
Uma charge do cartunista Chico Caruso, publicada pelo jornal 'O Globo' em janeiro motivou 3 advogados de Nova Friburgo, região serrana do Rio, a entrarem com um processo contra o cartunista e o jornal.
Eles estão alegando que foram ofendidos pela charge, e cada um pede R$ 20 mil reais, além de uma retratação. A charge foi publicada dias após a divulgação de um manifesto em que advogados criticavam os métodos adotados pela investigações da Lava Jato.
Na charge, um cowboy está na porta de um saloon onde estão a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula, o vice Michel Temer e outros políticos, que se perguntam "E esse aí, é mocinho ou bandido?". "Pior, é advogado", é a resposta.
"Ele fez um cartum que ofende a toda uma classe. O cartunista chama os advogados de bandidos", disse Anderson Borges, responsável por uma das ações, à Folha de Sâo Paulo.
A charge pode até ter atacado a classe dos advogados, mas nem por isso há uma razão para ela se sentir "agredida." Aliás, é até salutar que o trabalho dos advogados, assim como o de qualquer profissional, seja passível de eventuais críticas.
Não seria mais importante para classe demonstrar que respeita e assegura o direito a livre manifestação do pensamento, em especial quando ela mesma é alvo de críticas?
Olhando agora em perspectiva, no que rendeu aquela carta assinada por tantos advogados? Nada é a resposta mais precisa. A Lava Jato segue firme e forte, suas decisões estão sendo referendadas pelas instâncias superiores e o devido processo legal segue seu curso.
E o Chico Caruso continua sendo o grande cartunista e crítico social que sempre foi.