Terça, 24 de maio de 2016
O secretário geral da subseção da OAB/Palhoça, Roberto Luís Caldart, de 42 anos, foi agredido e morto a socos no estrito dever da profissão, na manhã desta terça-feira (24). Ele foi chamado por um cliente para defendê-lo de uma suposta reintegração de posse na rua José Luiz Martins, na Barra do Aririú, em Palhoça. A reintegração era exigida por um funcionário comissionado da prefeitura de Palhoça que blefava ter em mãos mandados da Justiça. Segundo testemunhas, o comissionado chegou ao local por volta das 7h, na companhia de seis homens, divididos em dois carros. O delegado Marcelo Arruda, que investiga o crime, disse no início da noite desta segunda-feira que cinco dos seis homens eram policiais militares que estavam de folga. A Polícia Militar confirmou a informação e soltou nota oficial.
O terreno em questão é de posse, teria sido loteado e vendido para duas pessoas. Uma delas que construiu uma casa de dois pavimentos vinha sendo interpelada na Justiça pelo funcionário comissionado da prefeitura de Palhoça (os nomes não foram divulgados) e constituiu Caldart para defendê-lo. Nesta terça-feira, o comissionado compareceu ao local para cumprir a suposta reintegração de posse.
Ameaçado, o proprietário da edificação chamou o advogado Caldart. Quando o defensor chegou ocorreu um bate-boca. O advogado exigiu o mandado de reintegração de posse e um dos homens que estavam com o comissionado puxou uma arma. Ocorreu uma briga generalizada entre moradores, advogado e invasores. Caldart foi espancado por mais de cinco agressores, que o surraram até matá-lo.
A Polícia Militar foi chamada, isolou a área, conversou com os moradores e encaminhou às vítimas à delegacia. O acusado pela morte do advogado se apresentou na delegacia de Palhoça, acompanhado de um defensor, para ser ouvido pelo delegado Marcelo Arruda. O policial também ouviu as vítimas.
Nota da Polícia Militar
Sobre os fatos que deram causa à morte do advogado Roberto Luiz Caldart, ocorrida na manhã desta terça-feira (24), no município de Palhoça, a Polícia Militar de Santa Catarina informa que:
1. Foram identificados cinco policiais militares no local e hora do fato; 2. Nenhum dos policiais militares estava a serviço da Corporação no momento do fato; 3. A Polícia Militar, através do Comando local, está apoiando integralmente as investigações desenvolvidas pela Polícia Civil, e ainda, a apuração de procedimentos na esfera administrativa e penal militar; 4. O papel e a participação de cada um dos policiais militares e de outras pessoas no episódio estão sendo apuradas; 5. Três dos policiais ja se encontram na Delegacia de Polícia de Palhoça para prestar depoimento e os demais estão sendo contatados. 6. Todos os policiais Militares serão afastados da atividade operacional até a conclusão das investigações.Quartel do Comando Geral em Florianópolis, 24 Mai 16.
Fonte: ND