A reta final de preparação para o Exame de Ordem - Falta um mês para a prova!

Quinta, 29 de setembro de 2011

Falta pouco mais de um mês para a prova objetiva do V Exame de Ordem Unificado. Nessa reta final o candidato precisa estar 100% focado nos estudos, exigir de si mesmo a concentração necessária para se preparar adequadamente ao desafio agendado para o dia 30 de outubro de 2011!

Como então otimizar o processo de estudo para um lapso de tempo tão curto?

Uma das formas de estudar com qualidade consiste, basicamente, em estabelecer diversas abordagens sobre o conteúdo programático vindas de diversas fontes de informação.

A multiplicidade de abordagens e fontes tem o condão de fixar com mais eficiência o conteúdo na denominada memória de longo prazo, porquanto o cérebro é treinado para absorver a informação por mecanismos distintos de aprendizagem.

Esse método permite não só a fixação do conteúdo de forma mais eficaz como também prepara o candidato para oferecer  soluções em problemas inesperados ? ou seja ? dá flexibilidade mental.

As diferentes vias para uma aprendizagem eficiente são:

1 ? Conduta proativa 2 ? Determinação de conteúdo 3 ? Interpolação de conteúdo e técnicas

Você verá que alguns pontos e suas ações confundem-se entre si, mas todos merecem uma abordagem diferenciada, pois eles podem ser conceituados de forma isolada, ajudando na compreensão do conceito de preparação de alto rendimento. Vamos a eles um por um:

1 ? Conduta proativa:

Que tipo de estudante é você? Apenas recebe a informação ou busca fixá-la de forma intensa, sequenciada?

Lembro-me que uma vez perguntei a uma turma do Projeto UTI quantos alunos, após as aulas de dicas, iam para casa e resolviam exercícios da matéria que tinha acabado de assistir, visando fixar o conteúdo. Acredito que apenas uns 8% da sala levantaram a mão.

O que isso nos diz?

Que uma aula de dicas da prova objetiva do Exame, aulas que abordam o conteúdo mais relevante cobrada pela FGV ao longo das últimas provas objetivas, poderiam não ser 100% aproveitadas pelos seus alunos.

Há um abismo profundo entre meramente assistir uma boa aula e imediatamente revisar seu conteúdo do que vê-la e depois se dedicar a uma outra atividade.

Naturalmente que o reforço do conteúdo aprendido naquele momento, de forma imediata, tem o condão de reforçar a fixação do conteúdo estudado.

Enquanto a maioria dos candidatos redireciona o foco de sua atenção do que foi estudado para outros afazeres, poucos relêem o conteúdo e resolvem exercícios IMEDIATAMENTE após uma aula.

Pergunta-se: quem fixará mais o conteúdo? Aquele que assistiu a aula e depois fechou o caderno ao seu término ou aquele que também assistiu a aula, depois reviu suas anotações e por fim resolveu exercícios específicos da matéria estudada? A resposta é de uma obviedade gritante.

Isso representa uma postura proativa nos estudos ? O estudante não quer para si uma postura passiva no seu processo de aprendizado, ele busca uma verdadeira imersão no conteúdo, lutando para aprimorar e fixar o conteúdo recém-visitado visa consolidá-lo na mente de forma mais profunda, tomando por si mesmo a INICIATIVA do processo.

Proatividade tem tudo a ver com iniciativa, assim como também anda de mãos dadas com entrega e sacrifício.

E isso tem uma explicação científica!

O professor Rogério Neiva, em seu livro Como se preparar para concursos públicos com alto rendimento, cita o neuropsicólogo Vitor da Fonseca, cuja percepção do processo de aprendizagem "compreende um processo funcional dinâmico que integra quatro componentes cognitivos essenciais: input (auditivo, visual, tácilo-quinnestésico etc.); cognição (atenção, memória, integração, processamento simultâneo e sequencial, compreensão, planificação, autorregulação etc.); output (falar, discutir, desenhar, observar, escrever, contar, resolver problemas etc.); retroalimentação (repetir, organizar, controlar, regular, realizar, etc.).

Assim, o estudante deve estabelecer etapas dentro do processo de aprendizagem para reter com mais qualidade e por mais tempo a informação estudada. Assistir uma aula, compreender seu conteúdo, explicar a si mesmo o que apreendeu, externar o que aprendeu escrevendo, conversando, resolvendo problemas, e, repetir o processo para o reforço do objeto de aprendizagem tende a produzir efeitos muito positivos para a fixação do conteúdo. Melhor dizendo, estabelece-se uma rotina para a criação da chamada memória de longo prazo.

Vamos ser honestos: após assistir uma aula à noite, por exemplo, nós temos vontade de fazer qualquer outra coisa, menos continuar estudando. Acontece que o Exame de Ordem pouco se importa com suas vontades, necessidades, fraquezas ou problemas. Na hora da prova a FGV quer ver se você é capaz de responder um mínimo de 40 questões ? É isso que importa!! Proatividade, além de implicar em iniciativa, também demanda sua parcela de sacrifício ? não dedicar tempo a tal grau de entrega, não só à noite como em qualquer outro horário, mas não se trata de uma questão de facilidade e, sim, de necessidade.

Busque a informação e não se contente só em recebê-la, trabalhe-a de forma intensa.

2 ? Determinação de conteúdo

O que estudar na reta final?

Essa pergunta é quase mística, suscita grandes questionamentos, ainda mais quando o candidato tem a perfeita noção da absoluta impossibilidade de esgotar todo o conteúdo programático até o dia da prova.

Isso é fato! O tempo é muito curto para estudar tudo agora.

Vamos considerar alguns fatores importantes!

Na última prova ocorreu uma inovação extremamente importante: a redução do número de questões de 100 para 80.

Antes mesmo da redução já era possível antever seu impacto no percentual de aprovação, porquanto um número menor de questões exige do candidato um maior conhecimento do conteúdo. Afinal, o volume de matérias a serem estudadas permaneceu o mesmo.

Antes da anulação das 3 questões da última primeira fase, o percentual de aprovação foi de 11,66%.

Faz ideia do que é isso? Apenas 11% por candidatos passarem na 1ª fase?

Esse índice foi tão baixo, mas tão baixo que a OAB, pela 1ª vez, não divulgou a lista preliminar de aprovados. Ela esperou a anulação de 3 questões para publicar então a lista de aprovados na 1ª fase, que passou para 18,48% dos inscritos.

Os 18% de aprovação também não representam, nem de longe, nenhuma alegria. A primeira fase, para mim, será daqui em diante o grande filtro da prova.

E aqui vou ser muito sincero: não esperem facilidades, pois vocês não terão NENHUMA!  A próxima 1ª fase será tão inclemente como a sua antecessora.

Então escolher o foco de estudo para a reta final é extremamente importante.

E como priorizar os estudos?

A prova da OAB guarda suas particularidades, entre elas o número de questões por disciplina. Assim sendo, o candidato pode eleger as matérias mais relevantes dentro do contexto da prova, e a importância está diretamente relacionada com o número de questões cobradas.

Na última prova foi assim:

2 questões: Direito do ConsumidorDireito Ambiental, Estatuto da Criança e do AdolescenteDireito Internacional

3 questões: Direitos Humanos

4 questões: Direito Tributário

5 questões: Direito Processual do Trabalho, Direito Processual Penal e Direito Empresarial

6 questões: Direito Administrativo, Direito Processual Civil, Direito Penal e Direito do Trabalho

7 questões: Direito Civil e Direito Constitucional

12 questões: Ética Profissional

 Agora veja alguns detalhes muitíssimo interessantes:

1 - O número de questões da prova caiu de 100 para 80, mas o número de questões de Ética Profissional passou de 10 para 12, aumentando. Se antes Ética era responsável por 20% do caminho para a aprovação (10 questões entre as 50 necessárias) agora é responsável por nada mais, nada menos do que 30% das questões necessárias para a aprovação (12 em 40).

E o mais insólito é que, mesmo com esse aumento da importância da disciplina considerada a mais fácil de estudar (maior facilidade de apreensão do conteúdo e menor volume de estudo) ainda assim o percentual de aprovação na 1ª fase, sem as anuladas, caiu para um nível recorde.

Constatação: o resto da prova, apensar do aumento das questões de ética, ficou mais difícil.

O que fazer? Estudar muito, mas muito mesmo Ética Profissional. Tem que gabaritar!!

2 - Quando eram 100 questões eu aconselhava a descartar os estudos de Direito Civil e Direito Processual Civil em razão do grande volume de conteúdo dessas disciplinas. Compensava mais dedicar esse tempo a outras disciplinas, pois isso permitiria apreender um conteúdo maior a ser cobrado na prova. O descarte dessas duas disciplinas não implicaria em maiores prejuízos para o candidato, pois ele compensaria em outro extremo.

Compensaria...

Direito Civil e Processo Civil agora respondem por 13 questões em 80. Ou, tirando a obrigatória Ética, seriam 13 questões em 68: sobrariam apenas 55 questões das demais disciplinas para o candidato estudar. Muitíssimo pouco para quem quer o mínimo de 40.

Infelizmente essa regra do descarte, ao meu ver, não se aplica mais. A única alternativa possível agora é aumentar o tempo de estudo, mas não mais descartar qualquer disciplina para os estudos.

O candidato pode até considerar o descarte das disciplinas que ó são cobradas em 2 ou 3 questões, e isso seria o máximo a ser feito.

Com a redução do número de questões, a era da estratégia do descarte para a otimização do tempo de estudo chegou ao seu fim.

3 - Ainda assim é possível eleger um grupo de disciplinas para receberem PRIORIDADE nos estudos, mas sem o descarte de nenhuma outra.

O candidato pode eleger um núcleo de disciplinas cuja afinidade seja maior, ou, de forma inversa (e mais inteligente) priorizar disciplinas que não entende bem, visando GANHAR pontos que possivelmente seriam perdidos na prova.

As disciplinas mais relevantes, afora Ética, seriam Direito Constitucional e Administrativo (ganharam importância com a redução do número de questões), e também Direito do Trabalho e Penal, porquanto o estudo do direito material acaba convergindo com o estudo do respectivo direito processual.

Direito Civil e Processo Civil, gigantes por natureza, de qualquer forma demandarão do candidato no mínimo uma revisão. É inevitável.

E aqui tomo a liberdade de sugerir que o candidato faça um curso de dicas ou de revisão para essas disciplinas. O Portal Exame de Ordem oferece 3 alternativas interessantes neste caso:

O Projeto UTI, específico para dicas (as dicas seriam os conteúdo com maior probabilidade de serem cobrados na prova);

O Curso de Resolução de Questões, no qual os professores do Portal explicam a sistemática de resolução da prova, em todas as disciplinas, e;

O Curso de Disciplinas Isoladas, em que o candidato opta por estudar (e revisar) o conteúdo das disciplinas que julga carente de conhecimento.

Naturalmente existem outros cursos preparatórios, em outras modalidades, como a presencial ou satelitária, e o candidato é livre para escolher o que for mais adequado.

Mas dado o atual grau de dificuldade da prova, fazer um curso, mesmo que para revisar ou para pegar dicas, é muito, mas muito recomendável.

O conteúdo já vêm delimitado e preparado para o candidato. E isso é um ponto de grande relevância na hora de estudar.

3 ? Interpolação de conteúdo e técnicas

Em uma análise sobre sua forma de estudar, como você conduz o processo de aprendizagem? Lê apenas a doutrina? Apenas resolve exercícios? Assiste às aulas e anota tudo, achando que compreendeu o conceito e o conteúdo e não precisa mais fixá-lo na memória?

O que eu vou escrever aqui poderia ser enquadrado no campo das obviedades, mas é tão óbvio que por muitas vezes é ignorado ? o estudante NÃO PODE utilizar apenas uma forma de estudo!

Leia a doutrina, resolva exercícios, debata com colegas, caso tenha um grupo de estudo, faça perguntas uns para os outros, assista aulas, anote as dicas dos professores, compare suas dicas com de outros colegas, compare as dicas com a doutrina, enriqueça o material anotado na sala de aula com o material dos livros, entre na web e busque a jusrisprudência dos Tribunais, pesquise provas passadas e verifique se padrões de perguntas se repetem.

Enfim...não seja um monoestudante, seja um pluriestudante, um estudante de alto rendimento!

Próativo, racional, que estuda com estratégia pré-definida, que se vale de várias fontes de estudo, persistente e altamente motivado.

Um amigo meu uma vez me disse que estudar dói. Pode ser verdade, até porque não conheço histórias de sucesso em qualquer profissão ou ramo da atividade humana em que não houve o emprego sistemático de esforço, além de se experimentar frustrações e fracassos até o sucesso enfim se fazer presente.

Nesse último mês entregue-se freneticamente aos estudos.

Lembre-se que, para o bem ou para o mal, você tem um lastro de conhecimento ? você fez o curso de Direito e sabe de muita coisa. Esse último mês é para você consolidar uma parcela desse conhecimento e assegurar que mais algumas questões sejam acertadas na prova objetiva.

Tenha a certeza de que acertar 40 questões da prova objetiva é uma meta factível, real, tangível. Muitos ficam no quase por muito pouco, pouquíssimo.

Mantenha o foco...

...para atingir seu objetivo! Estamos chegando lá!