Segunda, 20 de setembro de 2010
A grande pergunta, desde a troca do CESPE pela FGV, é como será a futura prova. Na verdade, o verdadeiro questionamento é: A prova vai ser muito difícil? (difícil sempre é!).
Vamos ver a evolução do número de aprovados nos Exames passados:
2008.1 - 39.357 inscritos
Percentual de aprovados em relação ao número de presentes: 28.87%
2008.2 - 39.732 inscritos
Percentual de aprovados em relação ao número de presentes: 30,22%
2008.3 - 47.521 inscritos
Percentual de aprovados em relação ao número de presentes: 27,35%
2009.1 - 58.761 inscritos
Percentual de aprovados em relação ao número de presentes: 19,48%
2009.2 -70.094 inscritos
Percentual de aprovados em relação ao número de presentes: 24,45%
2009.3 - 83.524 inscritos
Percentual de aprovados em relação ao número de presentes: 16,50%
2010.1 - 95.764 inscritos
Percentual de aprovados em relação ao número de inscritos: 14,03%
Observem um aspecto interessante.
Do Exame 2008.1 até o Exame 2010.1, o número de inscritos no Exame Unificado subiu 143% em decorrência não só da inclusão paulatina das seccionais como também da permissão para que acadêmicos do 9º e 10º semestres pudessem fazer a prova.
Entretanto, o percentual de aprovados em cada Exame oscilou para baixo. Em números absolutos isso significa que cada Exame aprovou, em média, um número muito igual de candidatos. Confiram:
2008.1 - 11.063
2008.2 - 11.668
2008.3 - 12659
2009.1 - 11444
2009.2 - 16507
2009.3 - 13781
2010.1 - 13435
Apenas o Exame 2009. 2 destoou um pouco dos demais, mas, na média, o número absoluto de aprovados é muito semelhante, oscilando lentamente para cima, dos 11 mil até os 13 mil candidatos entre o Exame 2008.1 até o 2010.1.
Ou seja: O número de inscritos mais do que dobrou, mas o número de aprovados cresceu de forma insignificante comparado com o grande aumento do número de inscritos na prova unificada (21,44%).
A constatação é óbvia - O número de aprovados segue um padrão independente do número de inscritos.
Isso é a representação de uma reserva de mercado.
Por mais que a Ordem negue, não vejo um argumento capaz de refutar os dados acima, até porque eles são gerados pela própria OAB (Exceto os dados do Exame 2010.1, calculados pelo próprio Portal Exame de Ordem).
Não acredito que o chamado "mínimo de conhecimento para o exercício da advocacia" funcione como uma constante matemática.
É mais fácil supor (e constatar) que o grau de dificuldade da prova cresceu em conformidade com o aumento do número de inscritos, exatamente para conservar um número x de aprovados (entre 11 e 13 mil), visando manter um equilíbrio do mercado da advocacia.
Meu propósito neste post não é discutir qual o melhor modelo de prova, como ela deveria ser aplicada, se o Exame é justo ou não ou se a Ordem pode fazer uma reserva de mercado. A discussão neste ponto é quase infindável e não vem ao caso agora.
A questão é: Com base nessa constatação, pode-se presumir a manutenção dessa constante?
Em princípio sim. E se assim for, a prova será tão difícil quanto suas duas antecessoras.
Por outro lado, pode ser que a mudança de organizadora, motivada por uma infinidade de críticas, resulte na aplicação de uma prova mais leve em um primeiro momento. Ou seja, o grau de dificuldade da prova do próximo domingo pode ser mitigado para apaziguar alguns ânimos.
Eu acredito nisso.
Mas se existe mesmo essa constante, ela certamente é o resultado de uma reflexão e de uma vontade institucional. Cedo ou tarde, voltará a ser imposta.
Seriam necessários mais uns 3 Exames para tirar alguma conclusão.
O tempo dirá.
Faltam 6 dias para a prova! É bom passar agora do que esperar para ver o que vai acontecer...
Cliquem no link e vejam o que fazer - Exame de Ordem: Hora de resolver exercícios!!