Terça, 8 de junho de 2010
O presidente da Ordem dos Advogados de Portugal rasgou o verbo e soltou essa pérola, coisa que deste lado do atlântico ninguém ousou bradar no mesmo tom. Confiram:
"O exame de acesso ao estágio na Ordem dos Advogados é para manter, porque a OA "pretende ter os melhores advogados e não é um caixote do lixo das péssimas escolas de Direito". A garantia foi dada ao DN por António Marinho e Pinto, o bastonário, reagindo à possibilidade de o Ministério Público (como noticiado na edição de ontem do DN) levar a questão do exame de acesso ao Tribunal Constitucional.
Este exame foi introduzido em Janeiro por António Marinho e Pinto, que o justifica dizendo que "se para o Centro de Estudos Judiciários, que forma juízes e procuradores, só entram os alunos com as melhores notas, por que razão o mesmo não se passa na OA?". Ao DN, o bastonário recordou ainda que a Ordem dos Engenheiros também tem exame de acesso. E acrescentou que a OA pretende dar formação aos melhores licenciados em Direito e não a milhares de alunos que todos os anos se candidatam à Ordem.
"Nos dois anos que estou na OA, a formação custou 2,5 milhões de euros. É muito dinheiro e um negócio com o qual quero acabar", declarou. Pinto Monteiro espera a conclusão de um processo no Tribunal Administrativo de Lisboa, tribunal que já deu razão a dois finalistas de Direito que contestaram o exame."
Fonte: DN Portugal
Apesar da polêmica ser do outro lado do Atlântico, ela tem integral correlação conosco, pois reflete o mesmo problema, aguardada as devidas proporções: A qualidade do ensino jurídico.
O bastonário português chutou o balde e culpou as instituições de ensino pela péssima qualidade de seus egressos, apesar de fazê-lo de forma deselegante.
Muito se fala sobre a qualidade do ensino jurídico mas nada acontece: O Exame de Ordem aqui cada vez reprova mais, cada vez provoca mais polêmicas, seja em razão de fraudes, provas mal-concebidas ou correções mal-elaboradas, as faculdades caça-níqueis continuam abertas e a OAB continua reclamando, mas nada faz de concreto, exceto, tornar ainda mais difícil seu Exame.
E vocês? O que pensam os bacharéis e estudantes de Direito sobre a qualidade do ensino jurídico no Brasil, o Exame de Ordem e o exercício da profissão?
Querer acabar com o Exame não é uma novidade, mas, e o ensino em si, não precisaria de uma transformação? O mercado seleciona mesmo? Com que custo para o jurisdicionado?
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