A opinião de um empresário sobre a reprovação no Exame da OAB: Estatísticas de uma triste realidade

Quinta, 17 de janeiro de 2013

O empresário Flávio Augusto da Silva, fundador do OMETZ GROUP, holding que controla várias empresas no setor de educação e comunicação e idealizador de uma página de empreendedorismo no Facebook chamada Geração de Valor, escreveu um texto sobre a reprovação em massa no último Exame de Ordem.

A abordagem dele foi interessante o suficiente para motivar a publicação do texto aqui. Não concordo com alguns pontos de sua abordagem, mas outros são pertinentes.

Leiam e deixem suas opiniões nos comentários desta postagem ou no nosso Grupo de Estudos para a OAB no Facebook:

ESTATÍSTICAS DE UMA TRISTE REALIDADE

De um total de mais de 118 mil bacharéis em direito que fizeram o último exame da OAB, apenas o total extraordinário de 16,7%, em torno de 19 mil candidatos, foram aprovados para a segunda fase do exame. (FONTE: PORTAL UOL)

Com este percentual pífio de candidatos aprovados, alguém poderia se convencer de que a prova é muito difícil ou então que a nota mínima para a aprovação para a segunda seja muito alta.

Para um candidato ao exame da OAB, um bacharel em direito, alguém que tem a pretensão de exercer a profissão de advogado e para isso frequentou uma faculdade por 5 anos, depois de milhares de horas de aulas, provas, testes, trabalhos em grupo etc, o mínimo para passar para a segunda fase é ter acertado apenas 40 de 80 questões, ou seja, a marca fantástica de 50% da prova.

Mas então o nível da prova deve ser muito difícil, não é?

De um lado, alguns em coro se defendem dizendo que a prova é muito difícil, mas por outro lado a OAB diz que o exame não seleciona os melhores advogados para exercerem a profissão, mas que na realidade o exame seleciona os que têm condições mínimas aceitáveis para advogarem.

Doa a quem doer, verdade seja dita, a verdadeira razão para este resultado assombroso no exame é o baixíssimo nível das faculdades e a mentalidade de seus alunos. Para tirar a dúvida, perguntei ao meu diretor jurídico e ele me disse que o nível do exame é realmente básico. Ou seja, com a OAB na mão, o novo advogado vai ter que ralar muito pra conquistar o seu espaço no mercado.

Agora cá pra nós, uma vez que o MEC outorga um título de Bacharel que ainda precisa ser validado, isso realmente significa a desmoralização absoluta do sistema de ensino formal brasileiro. Imaginem que apenas no último exame atestamos quase 100 mil bacharéis em direito que não foram capazes de acertar nem sequer 50% de uma prova considerada de um nível mínimo aceitável, por isso não poderão exercer a sua profissão. Triste realidade, porém pior seria para sociedade ter que lidar com mais advogados desqualificados...

Mas eu não penso que este seja um problema exclusivo do curso de direito. Se para cada diploma outorgado no Brasil, em qualquer área de atuação, também fosse feito um exame, eu não duvido que o índice de aprovação também seria baixíssimo, no mesmo nível apresentado pelo curso de direito, o que explica o apagão de mão de obra no mercado, ou seja, mais vagas disponíveis do que candidatos qualificados.

Eu concluo que o motivo principal é a mentalidade e referenciais muito baixo dos estudantes que aceitam ficar na média e para isso vale tudo. Vale cola, vale comprar a prova, vale copiar trabalhos na internet, de amigos etc... Em muitos casos, acabam mais preocupados com as festinhas regadas a muita bebida e drogas, ao invés de começarem a trabalhar no meio do curso, ganhando mais experiência em sua área. Além disso, a proliferação de faculdades que exigem pouco de seus alunos, visando apenas o lucro e manterem seus alunos atrás de uma cenoura, ou seja, em busca de um diploma para pendurar na parede como se isso tivesse algum valor por si só...

Queridos GVs, não sigam a boiada, não aceitem nada menor do que ser o melhor no que se faz, entenda que o que se aprende na faculdade é o básico do básico e não determinará o seu sucesso. Quem deseja algo mais na vida deve desenvolver o seu próprio estudo, estabelecer suas próprias referências, deve mirar o topo a fim de fazer diferença ao invés de passar toda a vida num emprego apenas em troca de ser capaz de pagar as contas no final do mês.

A solução está na forma de pensar, na maneira de se comportar, nas referências escolhidas, no estilo de vida adotado. Vencedores têm um padrão de pensamento e de comportamento, mas infelizmente isso não se aprende na escola e nem na faculdade. Este conhecimento está presente no comportamento e nas reações, seja consciente ou não, dos que escrevem a história da humanidade e alcançam o sucesso em suas áreas. E a boa notícia é que se pode aprender...

Sei que escrevi um texto longo e sem tempo de revisá-lo, mas como passei todo este processo saindo do zero ou quem sabe até do negativo, desde quando comecei a aprender sobre isso aos 19 anos de idade. Por isso sei que se pode aprender. Esta é a razão para eu me dedicar diariamente ao GV, sempre acreditando que se apenas uma única pessoa alcançar o valor deste conhecimento, já terá valido a pena todo esforço.

Fonte: Geração de Valor