Segunda, 18 de novembro de 2013
Como vocês já sabem, o novo provimento do Exame de Ordem, entre várias modificações, trouxe uma bem insidiosa: a introdução da Filosofia do Direito dentro das disciplinas com número mínimo de questões obrigatórias na prova, espaço este antes reservado à Ética Profissional e Direito Humanos.
No edital, quando publicado, esse regra não constava, mas a FGV publicou uma retificação no último dia 7 e conformou o edital ao provimento:
O que isto representa para vocês?
Respondo a 1ª pergunta com outra, mais provocativa: para que a OAB fez isso. Ou melhor: com que propósito?
Meu raciocínio é simples: se fosse deixar como está, não seria necessário mudar nada. É o óbvio.
Faz todo sentido acreditar, e tenho razões para isto, que a FGV vai reduzir o número de questões de Ética de 10 para 8. Não se trata de uma certeza absoluta, mas a hipótese é muito palpável.
Se ocorrer, seria a 2ª redução do número de questões de Ética em menos de um ano, passando de 12 para 8.
Nada legal...
Ao meu ver essa possibilidade reforça ainda mais a necessidade de se estudar Ética e força os candidatos, cada vez mais, a tentarem gabaritar a disciplina na prova.
As 8 questões ainda são bastante significativas, e a disciplina tem um volume de conteúdo pequeno e uma abordagem bem dogmática, inserida em um contexto de situação-problema, conforme a questão abaixo, retirada da última edição da prova:
Todas as questões de Ética da prova passada seguiram essa lógica, qual seja: a apresentação de uma pequena situação-problema em que o examinando deveria escolher a alternativa adequada com base em seus conhecimentos sobre os textos legais ligados à Deontologia Jurídica.
As 8 questões (caso realmente sejam 8) representariam 10% de toda a prova ou 20% do necessário para a aprovação: 40 pontos.
Se efetivamente tivermos a redução, vocês precisarão acertar TUDO de Ética para compensar o prejuízo!
Sim, acertar tudo sempre é punk, mas neste caso não é impossível. A metodologia de estudo não mudou, apenas o tempo dedicado ao estudo e à resolução de questões desta disciplina terá de aumentar um pouquinho.
Os 100% de acertos será fundamental daqui em diante.
Acredito, diante desta mudança, que o estudo de Ética de agora em diante passe a ser em duas etapas.
Estatuto da Advocacia e da OAB
Provas objetivas anteriores do Exame Unificado
Vocês começam a estudar agora, faltando pouco menos de 4 semanas, lendo as normas correlatas e resolvendo exercícios e, faltando três dias para a prova, repetem o procedimento, relendo as normas e refazendo os exercícios.
Esse modelo assegura uma sedimentação melhor do conteúdo na cabeça dos candidatos, pois primeiro estabelece uma fixação inicial dos estudos e depois assegura que ele, uma vez já estudado, fique novamente fresquinho na cabeça. Essa retroalimentação é muito benéfica, conforme explica o prof. Rogério Neiva:
""O professor Rogério Neiva, em seu livro Como se preparar para concursos públicos com alto rendimento, cita o neuropsicólogo Vitor da Fonseca, cuja percepção do processo de aprendizagem "compreende um processo funcional dinâmico que integra quatro componentes cognitivos essenciais: input (auditivo, visual, tácilo-quinnestésico etc.); cognição (atenção, memória, integração, processamento simultâneo e sequencial, compreensão, planificação, autorregulação etc.); output (falar, discutir, desenhar, observar, escrever, contar, resolver problemas etc.); retroalimentação (repetir, organizar, controlar, regular, realizar, etc.).""
Estudar agora e depois estudar na véspera da prova promoverá a RETROALIMENTAÇÃO do conteúdo. O candidato laborará novamente o conteúdo, criando um reforço no conteúdo, tanto em sua lógica como em seus elementos.
Ou seja, a memorização será mais intensa e eficaz.
O candidato lê ou assiste uma aula (input), compreende (cognição), resolve os exercícios (output), e repete o processo (retroalimentação), CONSOLIDANDO o conteúdo para depois disponibilizá-lo quando solicitado pelos comandos dos enunciados da prova objetiva.
Sob essa perspectiva, estudar ética agora por uns dois dias, de forma intensa, e depois, faltando apenas três dias para a prova, seria a melhor alternativa.
E compensa?
Aqui temos um questionamento interessante.
O tempo agora, para todos os candidatos, é um artigo de luxo. Desperdiçá-lo é um verdadeiro pecado.
O grande ponto da escolha entre uma alternativa ou outra está na sua eficiência. Obviamente reputo à segunda alternativa como a mais consistente, mas a primeira, de deixar para estudar faltando apenas dois ou três dias para a prova, pode atender as necessidades do candidato.
Isso em razão do volume relativamente pequeno de conteúdo a ser estudado.
Um metodologia interessante para ser utilizada é a de ler o Estatuto, o Código de Ética e o Regulamento Geral cada um três vezes seguidas, e depois resolver no MÍNIMO 100 questões de Deontologia.
O conteúdo, como já falamos, fica "fresquinho" na cabeça e o candidato faz bonito na prova.
Ou seja, o 1º método pode ser satisfatório tanto pela proximidade da prova como também por sua completude. Claro! Como já aduzi, o 2º modelo é o melhor, mais completo, mas o 1º pode atender às necessidades.
Sigam essa sugestão. Incluam o estudo de ética dentro do Cronograma, incluindo aí a resolução de muitos exercícios, e planejem-se para estudar novamente na véspera da prova.
Reduzindo ou não o número de questões, não tem como vocês se arrependerem. Aliás, eu espero estar errado, mas....no caso de dúvida, é melhor se antecipar ao problema.