A lenda da aprovação indolor

Quarta, 17 de novembro de 2010

Meus amigos!

Tenho recebido tantos e-mails e mensagens que já me perdi. Não tenho como responder todos.

E de um modo geral, cada mensagem ou mail carrega uma carga de ansiedade, medo ou receio.

"Rasurei assim", "cometi uma bobagem", "fiz isso", "fiz aquilo", "será que zera?", "será que perderei muitos pontos?"...

Não posso responder a maioria das perguntas porque não posso antever a forma como a banca irá proceder em cada caso. Pior! Corro o risco de passar uma falsa esperança para o candidato, dizendo que não tem problema, e depois de alguma forma terá, ou dizendo que tudo está perdido e na verdade não está.

Mas independente disso, o que percebo é uma ansiedade e uma angústia quase que coletivas; inúmeros candidatos aflitos com o desfecho do Exame de Ordem.

Talvez o que eu vá escrever agora até funcione como um aforismo, uma verdade aplicada ao Exame e aos concursos em geral:

Não há aprovação sem dor.

Pior! Dor prolongada pelo tempo, pois o resultado só será divulgado no dia 06/12.

Lembro-me que escrevi, minutos após sair o resultado da 1ª fase, que a prova subjetiva seria difícil.

Uma candidata escreveu dizendo que eu "desmotivava" os candidatos porque os "assustava" com tais previsões.

Não se trata de motivar ou desmotivar, trata-se de antever as coisas tal como elas podem ser, baseado em uma relativa experiência em torno do assunto e escudado por uma análise de dados estatísticos.

A prova foi tecnicamente difícil? Nem tanto. Mas foi tão extensa que assumiu uma "roupagem" de difícil.

Era previsível que, de uma forma ou de outra, a Ordem tentaria reduzir o número de aprovados.

Prever isso era lógico. Muito lógico.

E não falar disso para vocês seria falta de honestidade minha.

Não deu outra...

Presumo, e presumo corretamente, que os leitores deste Blog são adultos, com nível superior e que cursaram uma faculdade que os ensina uma ciência voltada para se lidar com os antagonismos de uma sociedade e com os antagonismos do homem.

Não sejam inocentes.

Não sou o rei da motivação e nem pretendo ser. Não é do meu perfil. Mas certamente tento aqui mostrar as coisas como elas são, sem floreios, para que VOCÊS possam se SITUAR diante dos fatos.

Não dá para fugir da realidade.

E na minha ótica, ninguém passa pelo Exame de Ordem sem sofrer.

Seja de ansiedade, medo da dificuldade da prova, desgaste pelos estudos, espera de resultados, expectativas profissionais, o futuro em si...

Mas a vida é assim mesmo. E para nossa sorte, muito provavelmente por desígnio Divino, o sofrimento tem o condão de gerar MATURIDADE.

Sofremos para melhorarmos.

E a profissão que vocês estão lutando para poder exercer exige MATURIDADE. O Exame de Ordem, tal como se apresenta, bom ou ruim, os levará para uma visão mais madura da vida.

Passar por ele é uma conquista!

Depois vocês passarão por angústias e desafios muito maiores. O Exame é só uma parte intermediária desse processo.

Como o resultado só sairá no dia 6, eu aconselho a ocuparem suas cabeças com seus futuros projetos, suas futuras ambições. O sofrimento faz amadurecer, mas sofrimento desnecessário faz adoecer.

A prova já terminou, os dados já foram lançados, e não é possível antecipar o futuro e nem voltar atrás para consertar supostos erros. Teremos que aguardar o dia 6.

Vocês foram surpreendidos por uma prova que exigiu muito de todos, mas ninguém deixou de dar 100% na hora.

E quem deu 100%, suficiente ou não para a aprovação, já mostrou que tem em si mesmo muito VALOR.

Passando ou não, a vida não para.

Sigam em frente!