Quinta, 27 de dezembro de 2018
Qual é a racionalidade de um sistema educacional gerido por quem não se importa com o mercado?
O MEC age como se a educação fosse um fim em si mesmo, sem prestar atenção ao que acontece com o mundo real, para onde os formados são preparados e destinados.
E age, sem e menor dúvida, atendendo EXCLUSIVAMENTE o interesse do empresariado da educação, cuja preocupação é exclusivamente destinada ao próprio lucro.
O ensino privado no Brasil, majoritariamente, não está centrado na qualidade, e sim no volume, alimentado pelo FIES e cujo propósito é o de o entregar um diploma, e não o de entregar uma formação consistente e sólida.
Fábricas de diplomas descompromissadas com a educação. E não, não se trata de retórica vazia: o ensino superior privado no Brasil é trágico.
Brasil cai novamente em ranking mundial de faculdades
Universidades do Brasil caem em ranking mundial de empregabilidade de egressos
Na área jurídica, já extremamente saturada, o MEC age como se o país tivesse um déficit imenso de vagas e instituições, e não como se tivéssemos o maior número de faculdades de Direito do mundo.
Neste ano o Ministério autorizou a abertura de 313 novos cursos, o que representou mais 43 mil vagas não só nas novas instituições como também em outras já em funcionamento.
Chegamos então a marca de 1.531 faculdades de Direito hoje.
Vejam a evolução da quantidade de faculdades, com dados obtidos no Educação Jurídica de A a Z:
Não há mercado para tantos novos profissionais: isso é um fato.
Hoje, sem ainda termos o impacto de tantas novas vagas, a advocacia já se encontra saturada. Em mais 5 anos, quando estes novos profissionais chegarem ao mercado, a situação se tornará caótica.
Hoje, dia 27/12/2018, existem 1.119.290 advogados inscritos regularmente nos quadros da OAB. Praticamente 119 mil advogados em apenas 2 anos, o que é algo desproporcional se comparado com a demanda.
Depois alguns aí têm a coragem de querer acabar com o Exame de Ordem.
Seria o caos.
Vamos ver se em 2019 esse descalabro acaba.
Ou isso ou o colapso.