Sexta, 12 de agosto de 2016
Lá na pequena e pacata cidade de Cássia dos Coqueiros, no interior de São Paulo, surge uma história que de tão absurda chega a ser engraçada.
Claro! Engraçada porque é absolutamente surreal.
Em 2011, Antônio Carlos da Silva, de 50 anos, mais conhecido como “Nenê Irmão do João da Caixa”, era o prefeito da cidade. Ele resolveu realizar um concurso para o cargo de advogado do município.
Ele fez tudo certinho: contratou uma empresa para realizar o concurso, designou uma comissão organizadora e tudo o mais dentro do script.
Adivinhem quem se inscreveu para o concurso? Sim, ele mesmo, o prefeito!
E ele foi muito bem no certame: ficou em 3º lugar.
Curiosamente, os dois primeiros colocados, vejam só, desistiram da vaga. Quem foi convocado? O próprio prefeito que organizou o certame!
Brilhante!
Em 9 de novembro de 2011 foi nomeado advogado de Cássia dos Coqueiros pelo vice-prefeito, mas se afastou em seguida para concluir o mandato.
Ou seja, tomou posse e imediatamente se afastou para continuar o mandato.
Em 2012, ele tentou a reeleição mas foi derrotado pela sua rival, Rosa Maria da Silva (PTB) por apenas 36 votos –a cidade possui 2.623 habitantes.
Em 1º de janeiro de 2013 a dona Rosa assumiu como prefeita e o “Seu Nenê” assumiu sua vaga como advogado da prefeitura, para ganhar um salário de R$ 4.000,00.
O caso agora está nas mãos do Ministério Público e uma ação civil pública foi aberta contra o ex-prefeito.
Para o MP, o réu Antônio Carlos “feriu de morte os princípios constitucionais da moralidade, igualdade e impessoalidade, demonstrando absoluto desprezo e menoscabo pelas instituições democráticas".
O ex-prefeito se defende:
"O Tribunal de Contas cobrou que nós abríssemos vários cargos, e nós abrimos. Vi que tinha vaga para procurador e me inscrevi. Eu não sabia nada sobre a prova. Fiz, fui chamado e compareci, como acontece com qualquer cargo. Só isso. Não tem nada demais.”
O Tribunal de Contas do Estado também julgou o caso e considerou ilegal a admissão de Nenê.
"Enquanto eu puder me defender e tiver meio legais, vou agir. A Justiça não provou nada de irregular. Para me condenar, precisa provar alguma coisa contra mim." Disse o ex-prefeito.
Pois é, jovens, durmam com um barulho desses.
Com informações da Folha de São Paulo.