Quinta, 5 de maio de 2016
No dia 24 de agosto de 2011 o deputado Eduardo Cunha iniciou sua longa batalha contra a OAB após ter sido retirado, por influência da Ordem, da relatoria do então anteprojeto do Novo CPC.
A briga de Cunha não foi exatamente contra o Exame. A prova é o alvo tão somente porque seu fim desestruturaria a entidade e até mesmo a profissão, e o deputado sempre soube disto. Afinal, é mais fácil acabar com a prova, instituída por lei, do que atacar a OAB em outros campos, pois a entidade tem status constitucional.
O Exame é o alvo óbvio para todos os que querem botar a OAB de joelhos.
Naquele dia, 24 de agosto de 2011, Cunha foi ao Twitter externar sua raiva:
Os bacharéis contrários viram e passaram a incentivar o deputado. Ele percebeu aí uma certa movimentação de um provável eleitorado, juntou isso a sua raiva contra a OAB e se transformou no inimigo do Exame de Ordem.
Um inimigo visceral, que não poupou palavras para a atacar a OAB e o Exame, sendo extremamente incisivo:
"Nefasto e corrupto!" Esses eram os termos preferidos de Cunha ao tratar do Exame. E várias oportunidades ele atacou a OAB, como também tentou, por intermédio de emendas parlamentares, acabar com o Exame.
Cunha incomodou muito:
Deputado Eduardo Cunha ataca duramente o Exame de Ordem e o presidente da OAB
Deputado Eduardo Cunha chama presidente da OAB de ?pantaneiro?
Deputado Eduardo Cunha tenta hoje, mais uma vez, emplacar seu PL contra o Exame de Ordem
Eduardo Cunha agora quer acabar com a taxa de inscrição do Exame de Ordem
Eduardo Cunha vai tentar acabar com taxa do Exame de Ordem via emendas ?jabuti? na MP 660/14
E se transformou em um verdadeiro problema quando, no início deste ano, tornou-se presidente da Câmara dos Deputados. O ápice de sua atuação contra o Exame foi a apresentação de um parecer favorável ao fim da prova, apresentado por um parlamento aliado na CCJ:
CFOAB publica dura nota repudiando parecer contrário ao Exame de Ordem
O frio na barriga da OAB foi grande naquele momento.
Mas...
Mas hoje Cunha foi apeado do poder, sendo afastado de seu cargo por decisão liminar do Ministro Teori Zavascki, como todos estão sabendo.
Eu, sinceramente, acho que essa história ainda terá desdobramentos. A decisão foi monocrática e é passível de revisão. Acho muito radical cassarem um mandato pela via judicial desta forma.
Não acho que a história termina desta forma. Ainda vai rolar muitas aguás nessa história.