A FGV está mudando as questões de Ética: vocês estão prontos para isto?

Terça, 18 de outubro de 2016

A disciplina decisiva da 1ª fase do Exame de Ordem, Ética Profissional, precisa receber uma atenção especial dos candidatos que farão o XXI Exame. E precisa por dois significativos motivos.

O primeiro é que teremos a estreia do Novo Código de Ética, e isso abre para a banca um novo rol de possibilidades na formação de questões.

Aliás, se vocês olharem com calma as questões de Ética das provas passadas, verão que os temas tratados são muito parecidos, e a abordagem da banca bastante limitada em termos criativos. Resolver questões antigas ajuda de forma decisiva os examinandos, e é isso o que ocorre na prática: leitura da lei seca em conjunto com a resolução de exercícios redunda em um excelente desempenho nas 10 questões.

Agora, com o Novo Código, isso muda de figura. Muitos dos dispositivos do antigo Código perduram no atual, mas nem tudo na literalidade, afora as inovações. É o que basta pra dar aos elaboradores de questões margem para a criação de todo um rol de novos enunciados e alternativas a serem escolhidas. E, não tenham dúvidas, eles vão se aproveitar bem disto.

Como não temos questões disponíveis sobre o Novo Código de Ética, então a vida de vocês fica um pouco mais complicada sob este prisma.

E, não podemos deixar de perceber este ponto, as questões e Ética, em especial nas duas últimas provas, têm se mostrado cada vez mais complexas, independentemente do advento do Novo Código de Ética.

Observem as questões abaixo, todas do XX Exame. Reparem que elas não são assim tão óbvias em termos de se buscar a alternativa correta, e isso exatamente pelo aumento do nível de complexidade:

     

Questões mais complexas, extensas e de enunciado intrincado. A banca já vinha fazendo do possível para apertas os examinandos nessas questões, em um evidente desejo de tornar Ética mais complicada.

A soma dessas duas observações (Novo Código de Ética e uma maior complexidade das questões) vai impactar bem na prova.

Aí vem a pergunta fundamental: Qual o melhor momento para iniciar os estudos em Ética?

Ética representa 10 questões na prova, e, se vocês precisam acertar 40 delas para serem aprovados, então isso representa 25% do caminho para se chegar aos 40 pontos.

E, considerando as mudanças, entendo que o melhor momento para iniciar os estudos e ir se preparando para o novo cenário é exatamente agora.

Antigamente a orientação era mais simples: quem queria se preparar melhor estudava poderia iniciar os estudos com um mês de antecedência, ao longo de 3 dias, e depois deixava para estudar tudo de novo na quarta-feira antes da prova. Ou, e não era nenhum pecado, os estudos poderiam ser implementados faltando somente 3 dias para a prova.

Isso já não é mais recomendável. É importante, diante do novo contexto, iniciar os estudos AGORA, reforçar quando faltar 15 dias para a prova e, faltando apenas 3 dias, dar o arremate final.

Estatuto da Advocacia e da OAB

Regulamento Geral

Novo Código de Ética e Disciplina

Provas objetivas anteriores do Exame Unificado

Adotar essa postura aumentará, e muito, a sedimentação do conteúdo na memória. E a razão para isto está explicada em um texto do professor Rogério Neiva:

""O professor Rogério Neiva, em seu livro Como se preparar para concursos públicos com alto rendimento, cita o neuropsicólogo Vitor da Fonseca, cuja percepção do processo de aprendizagem "compreende um processo funcional dinâmico que integra quatro componentes cognitivos essenciais: input (auditivo, visual, tácilo-quinnestésico etc.); cognição (atenção, memória, integração, processamento simultâneo e sequencial, compreensão, planificação, autorregulação etc.); output (falar, discutir, desenhar, observar, escrever, contar, resolver problemas etc.); retroalimentação (repetir, organizar, controlar, regular, realizar, etc.).""

Estudar agora, reforçar faltando 15 dias e depois estudar na véspera da prova promoverá a RETROALIMENTAÇÃO do conteúdo. O candidato laborará novamente o conteúdo, criando um reforço no aprendizado, tanto em sua lógica como em seus elementos.

Ou seja, a memorização será mais intensa e eficaz. E, na hora da verdade, estará mais apto a acertar as questões.

O candidato lê ou assiste uma aula (input), compreende (cognição), resolve os exercícios (output), e repete o processo (retroalimentação), CONSOLIDANDO o conteúdo para depois disponibilizá-lo quando solicitado pelos comandos dos enunciados da prova objetiva.

Fechando Ética (Professor Paulo Machado)

Sob essa perspectiva, estudar conforme orientamos é a melhor opção.

E compensa?

Aqui temos um questionamento interessante.

O tempo agora, para todos os candidatos, é um artigo de luxo. Desperdiçá-lo é um verdadeiro pecado.

O grande ponto está na busca da eficiência diante de uma mudança de contexto. Se a prova está mudando, vocês TAMBÉM precisam mudar. Do contrário, não terão um desempenho adequado.

E a metodologia mais adequada para estes 3 períodos distintos de estudo é a de ler o Estatuto, o Código de Ética e o Regulamento Geral cada um três vezes seguidas, e depois resolver no MÍNIMO 100 questões de Deontologia.

O conteúdo, como já falamos, fica "fresquinho" na cabeça e o candidato faz bonito na prova.

Lembrando que as questões que envolvam o conhecimento do Novo Código de Ética precisam ser adaptadas para o novo diploma.

Acertar 25% do necessário é um passo imenso, imenso, imenso rumo à aprovação na 1ª fase.

Como eu disse, as questões estão mudando, e vocês precisam mudar também para acompanhar o ritmo.

A FGV está apertando em Ética porque sabe que nela está o maior percentual de sucesso dos candidatos, e que os acertos ali fazem a diferença entre a aprovação ou não de uma significativa parcela dos examinandos. Ela, exatamente ali, pode reprovar sem levantar maiores polêmicas.

Não deixem isso acontecer!