Terça, 10 de julho de 2012
Se tem alguém que acompanha a guerra dialética entre os representantes da OAB e os bacharéis contrários ao Exame, esse alguém sou eu.
E sou porque fico no meio desse tiroteio.
Bem no meio!
A verdade sobre a legitimidade do Exame de Ordem é uma só: ninguém, ninguém mesmo, quer ouvir o outro lado.
A OAB e os bacharéis são ABSOLUTAMENTE impermeáveis a quaisquer argumentos contrários. Não há e nem nunca haverá qualquer tipo de diálogo, entendimento ou concessões.
Por tudo o que já vi, a "paz" é impossível.
Os bacharéis dizem até que o julgamento da inconstitucionalidade do Exame de Ordem só produziu efeitos inter partes, e nada está definido. A OAB tem uma posição institucional e jamais poderá abandoná-la, até por conta do seu eleitorado: os próprios advogados.
Então deixo aqui uma simples sugestão, simples mesmo: não adianta se "matarem" pela "verdade" em torno do Exame.
Cada um joga seu jogo político (ou judicial, se assim entender) sem precisar convencer a parte contrária.
Ninguém nesse jogo vai convencer o outro lado. Argumentos são inúteis.
Talvez assim, com essa percepção bem clara, ofensas, pedradas e cusparadas possam arrefecer nesse embate cego, surdo e mudo e cada lado possa ao menos tocar seus projetos e pretensões sem que cada um precise usar um capacete contra pedradas e óculos protetores contra cusparadas.
Escrevo isso porque a coisa está feia! Desnecessariamente feia! Acompanhei hoje à tarde, na Câmara dos Deputados, a deliberação sobre a urgência na votação do PL contra o Exame de Ordem e minha time line no Twitter virou um campo de batalha dialético, com toda a sorte de "doces" argumentos e tentativas vãs de convencimentos. Isso sem contar a área de comentários do Blog, permanente campo de batalha.
Inexiste respeito, qualquer respeito, ao direito de se posicionar neste assunto, e isto não está certo!
Todos têm direito a se posicionar sobre o tema e defender seu ponto de vista, mas sem precisar pisar em que é contrário.
Há de se buscar um pouco, um mínimo de civilidade.
Respeitar o adversário em um jogo democrático não fará mal a ninguém e muito menos atrapalhará os planos e ambições de quem quer que seja.
Simples assim!
Bom, ao menos eu acho que seja simples assim, do contrário vamos continuar nessa briga inútil de dois carecas por um pente.