A batata do Cespe está assando...

Sábado, 26 de junho de 2010

Em uma matéria do Jornal Campo Grande News, o presidente da OAB/MS passou duas informações interessantes.

A primeira é a ratificação, indireta, do que afirmei no último post - a OAB acha que os atuais ídices de reprovação não são resultado de uma prova ruim, e  sim de um ensino superior deficitário, pois o presidente afirmou que o pífio índice de aprovação, de 7,77% dos inscritos no Mato Grosso do Sul não surpreende.

A lógica é simples: Se não surpreende, e é culpa do ensino ofertado, então o Exame cumpre seu papel. Logo, está tudo certo.

Agora...a informação mais relevante advém do fato da crítica pública feita por um representante da OAB ao Cespe. É a primeira vez que vejo isso.

Vejamos o que o Dr. Lenardo Duarte declarou ao Campo Grande News:

"O presidente da OAB também questiona a eficiência do Cespe/UNB (Centro de Seleção e de Promoção de Evento), que organiza a prova em âmbito nacional.

?Temos que aperfeiçoar o exame de ordem, não estamos satisfeitos com o Cespe. Com a forma de elaboração das provas e a incapacidade de avaliar os recursos. Temos mais dor de cabeça com os recursos do que com o próprio exame?."

De fato, desde o Exame de Ordem 2.2009 a OAB tem tido muita dor de cabeça com os recursos. A resolução 11/2010 nasceu do conflito gerado entre as Seccionais e o Cespe, porquanto aquelas estavam deferindo o chamado recurso de embargos, apresentados pelos bacharéis às seccionais, questionando a correção dos recursos previstos nos editais dos exames passados.

Como muitos desses recursos estavam sendo deferidos no âmbito das seccionais, houve um conflito interno de gestão que resultou na publicação da referida resolução. Na prática, a OAB avocou para si uma competência que pertence às seccionais, visando exatamente impedir que os recursos de embargos fossem apreciados.

As seccionais não gostaram por um simples  motivo - Perderam poder.

Independente disso, essa declaração pública mostra pela primeira vez o que já corre nos bastidores, e não só da OAB/MS - As seccionais não estão satisfeitas com a condução do Exame de Ordem.

Vamos acompanhar o desenrolar dessa história.