Domingo, 3 de agosto de 2014
E agora? Quem não passou faz o que da vida?
Tivemos uma prova extremamente ingrata de um lado, onde o percentual de reprovação pode chegar aos 90% logo de cara, de um outro lado temos um histórico recente muito ingrato de anulações na 1ª fase, como você podem ver abaixo e, para finalizar, 5 questões MUITO erradas que merecem anulação.
Vamos ver o histórico de anulações recentes:
IV Unificado - 3 questões
V Unificado - 1 questão
VI Unificado - 2 questões
VII Unificado - 4 questões
VIII Unificado - Nenhuma anulação
IX Unificado - 3 questões
X Unificado - Nenhuma anulação
XI Unificado - 1 questão
XII Unificado - Nenhuma anulação
XIII Unificado - Nenhuma anulação
XIV UNificado - ??????
Sob este prisma, nas últimas 6 primeiras fases tivemos apenas 4 anuladas. Uma média inferior a 1 anulação por edição.
Essa é a verdade bem amarga para quem depende das anuladas para seguir em frente.
Mas é muito importante jogar luz sobre esta realidade para que eventuais decisões sobre fazer ou não um curso de 2ª fase sejam tomadas de forma absolutamente consciente.
Quais são as perspectivas quanto as anulações na 1ª fase do XIII Exame? Vamos trabalhar isto de forma honesta, dentro do atual contexto do Exame de Ordem. A decisão final será de vocês. Meu papel é só o de tornar a visão do contexto clara.
Vamos começar com uma regra básica das anulações: "uma questão errada não será necessariamente anulada."
Pode ser o erro mais bisonho e escancarado da face da terra! Isso não significa que a questão será anulada. Observo isso desde 2008, desde os tempos do Cespe, quando criei essa pauta. Já vi absurdos acontecerem em questões ridículas e a banca não toma nem conhecimento. Isto é um fato, e é um fato ruim.
Ruim porque nós ficamos no vácuo. Até dá para chutar QUANTAS podem ser anuladas, mas daí apontar exatamente quais é muitíssimo complicado.
E isso, meu caros, é péssimo para todos nós. A ansiedade, as dúvidas e as incertezas correm o cérebro de quem precisa de 1, 2 ou 3 pontos.
XIV Exame da OAB ? Direito Constitucional ? Recurso para a questão do instituto da intervenção
Recurso para a questão de Filosofia ? Jeremy Bentham
Quando o assunto é anulação, vale somente o que vai na cabeça da banca.
Ponto!
Vamos ao segundo aspecto, óbvio, mas que precisa ser dito: quem reprovou ontem está fora do Exame de Ordem!
Agora é contar com a boa vontade da OAB, mais especificamente da Comissão Nacional do Exame de Ordem, responsável por deliberar sobre as anulações. Isso implica em dizer que os reprovados com 36, 37, 38 ou 39 pontos têm diante de si uma PERSPECTIVA, mas nada em concreto, nada tangível, nada na palma da mão.
Só restou a esperança...
E o que fazer com ela, a esperança?
Neste ponto falo especificamente de se tomar uma decisão estratégica. Assumir a derrota e começar de agora a estudar para o próximo Exame de Ordem ou arriscar, comprar um curso para a 2ª fase e apostar nas anulações necessárias?
Quem tem esperança quer partir para a 2ª fase. Quem é mais frio reconhece a derrota e estuda para a próxima 1ª fase. Vamos ser pragmáticos: até que ponto dá para arriscar? Analisaremos o contexto para passar a visão completa do problema:
A pergunta base é: quantos candidatos foram aprovados hoje? Acho que uns 10%, pelo que senti nas redes sociais e pela amplitude da percepção ruim da prova entre todos.
Nós temos, basicamente, 3 parâmetros para pensar as anulações. São eles:
1 - Percentual de aprovados na 1ª fase;
2 - Qualidade da prova no geral e;
3 - O tamanho do erro nas questões.
A experiência nos diz que os erros, por mais escabrosos, não são determinantes para anular uma ou mais questões. Não tem edição do Exame de Ordem em que a indignação não tome conta dos candidatos por conta de questões grosseiramente viciadas que não são anuladas pela banca. Ou vocês acham que nas edições onde nenhuma questão foi anulada não surgiram recursos?
Surgiram, e foram vários.
Quanto a qualidade da prova no geral, a prova hoje foi horrível em termos de dificuldade e muito pior quanto ao tamanho das falhas em pelo menos 5 questões: 2 de Ética, 1 de Filosofia, 1 de Administrativo e 1 de Constitucional. (Faremos os recursos de todas!)
Quanto ao percentual de aprovados, possivelmente este será um dos menores de todos os tempos. Ao menos foi essa impressão que tive da movimentação pelas redes sociais, muito menor se considerarmos as provas mais recentes.
Mas como não sabemos sequer o número de inscritos, teremos que conviver apenas com uma percepção e não com dados concretos.
Em suma: a perspectiva é RAZOÁVEL.
Vamos ao ponto agora: quem deve arriscar os estudos para a 2ª fase?
1 - Quem ficou com 39 pontos
Sempre quem tira 39 pontos pode e deve arriscar. A esperança de uma única anulação é uma perspectiva tangível independentemente do contexto.
2 - Quem ficou com 38 pontos
Chance também existe e não é para ser descartada. A banca, ao menos, errou feio nas questões de Ética, Filosofia e Constitucional e duas anulações são factíveis APESAR do histórico negativo.
3 - Quem ficou com 37 questões
Eu acredito que, em razão da dificuldade da prova, do aparentemente alto percentual de reprovação e das falhas nas questões, há uma chance sim de 3 questões serem anuladas. Não é uma chance tão clara quanto para quem fez 39 ou 38 pontos, mas eu não a descartaria.
4 - Quem fez 36 ou ou menos pontos
É difícil, apesar de, desta vez, eu não fazer uma aposta. Aqui o risco é grande, bem grande, de algo dar errado, mas a chance - pequena - existe.
Em suma: eu acredito em 3 anulações em função do contexto e dos problemas nesta 1ª fase.
Independentemente da decisão, ela terá de ser tomada o quanto antes. Se for tomada apenas na divulgação da lista final de aprovados o tempo de preparação será bem pequeno.
E lembrem-se: é tudo sempre um risco. Ninguém pode antever o que de fato vai acontecer. Pensem nisso antes de tomar uma decisão.