10 coisas sobre a advocacia que você NÃO aprende na faculdade

Quinta, 17 de agosto de 2017

10 coisas sobre a advocacia que você NÃO aprende na faculdade

Um belo dia você passa no Exame de Ordem e o lindo e colorido mundo da advocacia abre a porta diante dos seus olhos. Será só uma questão de tempo até o grana começar a cair como uma cascata na sua conta bancária, certo?

Errado...

É um tema recorrente aqui no Blog as agruras que a classe dos advogados enfrenta, em especial os jovens advogados, confrontados com uma realidade nada amistosa:

Edital de concurso para procurador jurídico de município goiano escancara mais ainda a triste realidade da advocacia Os vencimentos (de fome) do chamado "advogado audiencista" e a crise do mercado da advocacia ?Pós-graduação virou commodity?. A nova visão do mercado sobre a formação profissional Tem carteira da OAB mas não tem carro? As coisas serão um pouco mais difíceis para você? ?A lei de mercado não pode ser a lei da selva?, ou, ?pode a OAB salvar os advogados de honorários pífios?? Metade dos trabalhadores brasileiros com diploma universitário ganha até 4 salários mínimos Projeto fixa bases salariais mínimas para os advogados da iniciativa privada. Quais seriam as consequências de sua aprovação? 32,9% dos advogados estão insatisfeitos com renda na área jurídica Governo de Sergipe abre concurso para advogado e oferece salário de FOME! O fundo do poço: a realidade de um mercado em que um advogado recebe R$ 20,00 para fazer uma audiência

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Essa é a realidade, e ela tem cobrado um preço elevado entre aqueles que não estão preparados para enfrentá-la de verdade.

E, curiosamente, enfrentá-la de verdade implica em apreende uma expertise que NÃO se aprende na faculdade!

Paradoxal, não é?

A advocacia é uma profissão bem diferentes das demais! Não só existe uma prova de habilitação específica - o Exame de Ordem - como também, ainda mais nos dias de hoje, exige do advogado a apreensão de METACOMPETÊNCIAS para poder efetivamente COMPETIR no mercado.

Não basta conhecer a doutrina, a jurisprudência e as leis, além de ter uma boa redação e um bom raciocínio, é preciso conhecer as leis do mercado, como ele opera, onde estão os clientes, como se relacionar com eles, como trabalhar o fluxo de caixa, investimentos, prospecção de mercado e mais um longo etc.

Muitos advogados não sabem, mas um advogado também é um empresário, um empresário de sua própria atividade, e desconhecer esse universo cobra um preço elevadíssimo.

Em suma: hoje as faculdades de Direito não preparam de verdade os estudantes para o mercado da advocacia, até porque, como nós sabemos bem, o curso é de Direito e não de Advocacia.

Para isto, é preciso, exatamente, conhecer aspectos do exercício da profissão de advogado que não são vistos dentro de uma faculdade.

O especialista em gestão da advocacia, mestre em Filosofia, consultor de marketing jurídico e marketing digital, Ricardo Orsini fundou um site chamado Blog Arquivo Direito - www.arquivodireito.com.br - e que trata com MUITA propriedade dessas questões voltadas para o exercício da profissão.

Ele elencou 10 coisas que os jovens advogados NÃO sabem sobre o exercício da advocacia. São 10 importantíssimos pontos que certamente vão abrir a cabeça de quem vai se aventurar nesta árdua profissão.

Árdua, é verdade, mas que se der certo, sem dúvida é muito recompensadora.

Confiram o texto:

10 coisas sobre a advocacia que você NÃO aprende na faculdade de Direito!

Com a explosão de oferta de vagas nos cursos de Direito nestes últimos anos, o número de advogados despejados no mercado jurídico chegou ao absurdo de 842.434 (atualizado no dia 20/01/2014). Num mercado como esse, aventurar-se pela advocacia parece um suicídio profissional, tamanho o risco de ser engolido pela concorrência.

Contudo, muitos ignoram que as habilidades e competências mais importantes exigidas de um advogado de sucesso não constam dos currículos das Faculdades de Direito. Isso torna a concorrência qualificada drasticamente menor.

Aqueles que realmente aprendem como fazer da advocacia uma atividade sustentável do ponto de vista profissional e financeiro se tornam a exceção. E são estes a concorrência que realmente importa.

É possível fazer uma extensa lista de conteúdos relevantes ao advogado que não são sequer mencionados em sala de aula: empreendedorismo, gestão de pessoas e projetos, marketing jurídico, relacionamento com o cliente, controle financeiro e precificação dos serviços, gestão de processos e de casos, automação e Tecnologia da Informação jurídica, etc.

Para ficar em apenas alguns pontos mais relevantes, segue nossa lista de 10 coisas sobre a advocacia que você não aprende na faculdade de Direito, mas pode começar a aprender a partir de agora. Use este artigo como um indicador de assuntos que devem ocupar suas preocupações, a partir de agora.

1. CONQUISTAR CLIENTES

Via de regra, não há disciplinas nos cursos de Direito voltadas para a conquista e fidelização de clientes. Habilidades básicas na construção de uma clientela sólida passam longe do conteúdo teórico e exclusivamente jurídico das graduações.

O que você não vai aprender na Faculdade?

 Saber ouvir

Conquistar e reter clientes exige uma habilidade de escuta apurada, para que se entenda as suas reais demandas. Com o professor e a sala lotada, a escuta é pouco interativa e aprendemos um ouvir passivo, sem interatividade. A sala de aula, definitivamente, não é um lugar onde se aprende a ouvir.

Traçar o perfil do cliente alvo

A experiência com trabalhos acadêmicos é padronizada e não leva em conta, por exemplo, a definição de um público alvo leitor. Fazemos trabalhos apenas para tirar nota. Perde-se a oportunidade de aprender definir diferentes perfis de audiência para diferentes trabalhos acadêmicos.

Dominar as etapas de venda do seus serviços

Na Faculdade, somos ensinados que a Advocacia é um serviço público de caráter social, que não pode ser mercantilizado. Mas, é ignorado que o Advogado que não sabe vender seus serviços, fecha rapidamente as portas do seu negócio.

O curso de Direito está longe de estimular, entre seus alunos, habilidades comerciais. Até por uma questão cultural, assumir um perfil vendedor é associado a golpismo e ganância. Aprendemos que aquele que busca vender está, de alguma maneira, tentando nos empurrar algo que não precisamos.

Esta cultura parece bonita, até o advogado perceber que, se não vender, não paga as contas.

2. CALCULAR SEUS HONORÁRIOS

Existe uma aversão generalizada nos cursos jurídicos aos cálculos e números. Por mais que a gestão financeira de escritórios de advocacia não envolvam cálculos complexos, o medo dos números na Faculdade persegue o advogado em toda a sua carreira.

Isso criou um tabu enorme sobre a precificação dos honorários. Precificar seus serviço em bases realistas e de mercado é algo que muitos advogados, inclusive os experientes, ignoram.

O que você não vai aprender na Faculdade?

Estratégias de precificação

A técnica da precificação dos honorários não é uma fórmula secreta dominada por alguns poucos iluminados. É uma matemática simples, mas que envolve um complexo controle financeiro.

Ela exige um levantamento preciso e rotineiro de todos os custos fixos e variáveis e das despesas, por um lado, e das entradas, por outro. A partir desses valores é possível saber qual é o CUSTO DO NEGÓCIO.

A partir daí, você pode encontrar o equilíbrio do preço, ou seja, o ponto que permite cobrar um valor equilibrado entre o preço de mercado, as tabelas da OAB, o preço do custo do escritório e do real valor entregue ao cliente.

3. PROMOVER O SEU ESCRITÓRIO

Na disciplina de ética profissional aprendemos que há uma série de restrições, no Código de Ética, relativas à publicidade dos serviços de advocacia. Não pode TV, não pode rádio, não pode outdoor. Mas, não aprendemos quais as alternativas para praticar uma publicidade efetiva e ética ao mesmo tempo.

Marketing jurídico ético é um desafio para os escritórios, pois boa parte das estratégias usualmente usadas pelo comércio e outros prestadores de serviço são vedadas aos advogados. Mas, isso não significa que o Advogado não possa promover o seu negócio. Há canais legítimos para este tipo de divulgação.

O que você não vai aprender na faculdade?

Construir a identidade da sua marca

Consolidar uma marca no mercado exige criatividade, qualidade muito pouco estimulada nos cursos jurídicos. Voltado para um estudo de repetição para provas de concurso público, a estrutura didática de boa parte dos cursos privilegia a repetição e a decoreba.

Praticar marketing jurídico ético

Estereótipos relativos ao advogado malandro e golpista são muito disseminados na sociedade brasileira. A ideia de que só tem sucesso aquele que engana clientes, compra juízes ou é amigo dos poderosos é uma crença assustadoramente popular, ainda que distante da realidade da grande maioria.

Poucos sabem da existência de técnicas e estratégias de prospecção ética na advocacia, sem a necessidade de tráfico de influência ou qualquer tipo de enganação.

O mundo digital, inclusive, tem facilitado bastante a vida dos advogados que constroem estratégias de marketing. Por meio da Internet é possível conquistar clientes sem violar nenhum dispositivo do Código de Ética.

Praticar marketing digital

As instituições de ensino, infelizmente, ainda não entraram na era digital e pouquíssimas possuem uma política de relacionamento com os alunos por meio da Internet. A instituição de ensino acaba sendo um mal exemplo de como fazer uso da Internet de forma profissional.

A Faculdade deveria estimular o uso de ferramentas de gestão de tarefas, de compartilhamento de conteúdos, de experiências acadêmicas em ambiente social, na criação de comunidades de colaboração, etc.

4. FAZER A GESTÃO DE PESSOAS

Gestão de pessoas é um dos grandes problemas de organizações que possuem mais de dois colaboradores. Ou seja, mesmo o pequeno escritório pode sofrer com problemas como falta de motivação, comunicação enviezada, problemas de relacionamentos interpessoais, etc.

Infelizmente, cursos superiores no geral (não só o de Direito) promovem poucas situações que incentivem o desenvolvimento de habilidades sociais, do espírito de equipe de da construção da liderança. A regra é a atitude passiva do aluno.

O que você não vai aprender na faculdade?

Saber ouvir as pessoas - Engajar as pessoas em seus projetos profissionais - Ser um líder e motivar pessoas - Escolher os sócios adequados para seu escritório

As habilidades relacionadas à liderança, necessárias para a gestão eficiente de pessoas, vai exigir exercício contínuo em ambiente profissional. O curso de Direito raramente proporciona este ambiente aos alunos, uma vez que o foco predominante é a preparação para os Concursos Públicos.

Estágios que proporcionam oportunidades de exercitar o trabalho de equipe, sem mecanização ou desvio de função, e situações em que o estagiário pode emergir como líder, são raríssimos.

5. APRENDER A FAZER REUNIÕES PRODUTIVAS

Reuniões produtivas economizam tempo, resolvem problemas, motivam a equipe, dividem responsabilidades e encargos, aproximam as pessoas e geram um clima mais positivo para o trabalho. Tudo de bom!

Reuniões mal feitas, por outro lado, podem acabar com a capacidade do escritório de planejar, avaliar e resolver problemas de forma compartilhada. A habilidade de conduzir e participar de reuniões produtivas é prioritária para qualquer advogado.

O que você não vai aprender na Faculdade?

Há reuniões e reuniões. O formato dependerá sempre do objeto a ser discutido: estratégia, plano de ação, avaliação de resultados, operacionais, gestão financeira. Infelizmente, nada disso é aprendido na Faculdade. Experiências compartilhadas não são estimuladas. A formação de grupos é voltada unicamente para a divisão de tarefas acadêmicas, no estilo cada um faz a sua parte.

6. CONSTRUIR A SUA MARCA PESSOAL

?Marca? é o modo como o mercado enxerga o seu negócio: clientes, parceiros, colaboradores, concorrentes, fornecedores. Ao investir em sua marca pessoal, o advogado consegue influenciar positivamente o modo como as pessoas o enxergam do ponto de vista profissional. Uma boa marca dá melhor posicionamento para o advogado.

Contudo, a construção da marca pessoal (também chamada de branding) não pode ser confundida com autopromoção. Vejo muitos advogados acreditando que se promover na Internet, falar dos seus sucessos ou postar fotos dos seus lindos escritórios causem algum tipo de impacto positivo nos clientes potenciais.

Construir marca implica em criar relacionamentos. Falar menos de si mesmo e mais do seu interlocutor, daquilo que interessa ao outro.

O que você não vai aprender na Faculdade?

Criar relacionamentos profissionais (networking)

A grande experiência profissional do aluno do curso de Direito é o estágio. Contudo, não há nesta atividade muito espaço para trocas profissionais e relacionamentos qualificados. O estagiário é tratado, regra geral, como funcionário de segunda categoria. Além disso, raramente é chamado a participar das esferas de decisão do escritório.

Usar a Internet como ferramenta profissional

Como as ferramentas digitais não são devidamente exploradas nos cursos de Graduação, os alunos acabam fazendo um uso pouco profissional das mesmas. É muito comum (aliás, isso parece ter se tornado uma praga) alunos dispersos em sala de aula, perdido em redes sociais ou ferramentas de compartilhamento de mensagens.

O potencial das redes sociais como o Linkedin ou Twitter (e mesmo o Facebook) são ignorados como networking e construção de marca pessoal.

7. ATUAR FORA DO CONTENCIOSO

Na Faculdade, aprendemos que advocacia é o mesmo que contencioso. Como se o trabalho do Advogado se resumisse ao patrocínio de causas diante do Poder Judiciário.

Há vários serviços jurídicos administrativos, preventivos, consultivos e de assessoria não contenciosa que são bastante rentáveis e realizadores do ponto de vista profissional. Nichos pouco explorados em áreas de atuação praticamente desconhecidas possuem um mercado cheio de oportunidades.

Somos acostumados a dizer "vou ser penalista" ou "vou ser tributarista". Mas quantos dizem "vou construir uma banca interdisciplinar para prestar uma excelente consultoria a empresas"?

O que você não vai aprender na Faculdade?

8 ADMINISTRAR SEU TEMPO

Na advocacia, em pouco tempo descobrimos que o tempo é um recurso tão ou mais valioso do que o capital. Não é a toa que o capitalista troca o seu dinheiro pelo tempo de vida do seu funcionário. Tempo vale mais do que dinheiro.

Com Whatsapp e mídias sociais, tudo se torna mais difícil. Não conseguir administrar seu próprio tempo e procrastinar tarefas é uma das principais fontes de produtividade baixa e estresse no trabalho.

Além disso, gestão do tempo não visa apenas produtividade, mas a construção de uma vida pessoal mais gratificante e realizadora. Ter tempo para projetos pessoais é um desafio para advogados, sempre atolados em prazos e tarefas.

O que você não vai aprender na Faculdade

Usar a tecnologia a favor da gestão do tempo

O número de técnicas, metologias e ferramentas para organizar tarefas é enorme. Com um simples smarthphone, temos tecnologia suficiente para coordenar o trabalho de grandes equipes.

Não obstante, o uso destas ferramentas entre alunos dos cursos de Direito não é uma constante. E não há estímulo para tal. Como já dito, a experiência com tecnologia nos cursos de graduação é sempre muito rasa.

9. ASSUMIR RISCOS

Assumir riscos implica em lidar com incertezas e ameaças, saber aproveitar oportunidades e se deparar com alternativas de ação. Bem vindos ao universo constante do Advogado.

Como qualquer empreendedor, este profissional deve aprender a assumir riscos calculados, com o pé no chão, ainda que sonhando alto. E a eventualidade do fracasso vai exigir preparação emocional, profissional e financeira.

O que você não vai aprender na Faculdade?

Infelizmente, pouquíssimas são as Faculdades de Direito que trazem no seu corpo de disciplinas a matéria do empreendedorismo. Ao contrário do que muitos acreditam, ele pode (e deve) ser ensinado aos Advogados.

Planejar a própria carreira

Não há negócio 100% seguro. Nem mesmo os concursos públicos o são. Quantos aprovados em excelentes concursos não se arrependem amargamente da decisão de ter prestado a prova para um cargo com o qual não havia afinidade.

Na Advocacia ocorre o mesmo. É preciso estar preparado para o futuro e isso envolve um bom plano de ação e clareza com relação à própria carreira. Planejamento de carreira deveria ser uma disciplina autônoma e obrigatória na Faculdade.

10. FAZER ACONTECER

Mais do que enxergar oportunidades, o Advogado deve saber aproveitá-las, sendo capaz de concretizar seus projetos. Isso envolve o cultivo de valores como o empreendedorismo, iniciativa, persistência, engajamento, autoconfiança e independência.

Fazer acontecer é resultado de um aprendizado prático, de um fazer constante. Quando um curso acadêmico privilegia e dá foco apenas no saber teórico, acaba não criando oportunidades para que os alunos tomem a iniciativa, construam o seu saber e façam acontecer.

O que você não vai aprender na faculdade

Encarar os desafios de forma positiva

Desafios são fontes de crescimento pessoal e profissional. Contudo, na Faculdade raramente somos desafiados. Mesmo quando isso ocorre, os alunos tendem a enxergar isto como fonte de estresse.

O TCC é um bom exemplo de grande desafio que é pintado com as cores do terror acadêmico. É visto como um problema, um fardo, não uma grande fonte de aprendizado, algo a ser superado.

Construir algo de útil para a sociedade, ao invés de agir por obrigação

A advocacia é uma escolha de vida. Sua vida se transforma quando você se torna um advogado. Há uma missão designada para você e a sociedade espera que você a cumpra a contento.

Quando somos ensinados a agir por obrigação, a advocacia vira uma prática rotineira, repetitiva e pouco realizadora. Aquele que faz a prova só pela nota, que assiste a aula só pela presença, reproduz um modelo onde as pessoas se tornam zumbis, sem a mínima noção do que fazem, para quem fazem e, principalmente, porque fazem.

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A percepção desses elementos abre ou não a mente para a amplitude de conhecimentos necessários para a carreira na advocacia?

Certamente abrem!

Procurem por mais detalhes no www.arquivodireito.com.br.