Segunda, 3 de julho de 2017
Como vocês sabem, resolver as questões objetivas da OAB é uma etapa fundamental dentro do processo de aprendizagem. E eu digo isso aqui no Blog Exame de Ordem há quase uma década.
Isso porque a resolução de questões exige uma nova abordagem, feita pelo cérebro, em busca das informações necessárias para responder uma determinada questão. A mente evoca o conteúdo, reforçando o trabalho de fixação do conhecimento.
Faltando três semanas para a prova, chegou a hora de aprofundar o condicionamento do cérebro com as questões. Entrar na lógica da FGV é fundamental nessa hora.
Curiosamente, existe um grupo de candidatos que enfrenta dificuldades em resolver as questões objetivas da OAB. Em especial por conta de limitações ao tentar compreender a proposta da pergunta e sua lógica. São, em regra, prejudicados pela percepção de que não conseguem lidar com as alternativas e não conseguem distinguir entre o certo e o errado.
Aqui um ponto importante: a ambiguidade na produção das respostas!
Por óbvio, a banca tenta induzir o candidato ao erro, e o faz valendo-se da ambiguidade, ou seja, alternativas que possuem muitos sentidos e várias interpretações.
Isso é feito de forma deliberada exatamente para confundir o candidato e induzi-lo ao erro.
A resposta, portanto, tende a ser encontrada apenas pelo candidato que domina a questão, e tende a afastar os candidatos que usa apenas a lógica ou não têm convicção absoluta quanto ao conhecimento.
Quando o assunto é o Exame da OAB, essa metodologia funciona na maioria dos casos.
Vamos teorizar um pouco sobre o processo de preparação e essa dificuldade em específico, e a melhor forma de lidar com esta questão é resolvendo exercícios.
Já abordei este tema um sem-número de vezes aqui: a importância de se resolver as questões objetivas da OAB.
A resolução de questões e a análise crítica do erro
E a importância tem três facetas. A primeira e permitir ao candidato se familiarizar com a natureza das questões criadas para o Exame.
A segunda é funcionar como um sistema verificador do conhecimento, ou seja, averiguar exatamente o quanto o candidato sabe.
E a terceira e estabelecer um outro "fluxo de reflexão" quando ao conteúdo estudado, e isto tem importante efeito sobre o processo de fixação do conteúdo.
A abordagem feita pelo cérebro é uma quando um estudante lê; outra, exigindo uma demanda diferente dos neurônios, quando a pessoa EVOCA o conteúdo lido para responder a uma questão (na leitura o processo é passivo, na resolução de um exercício, ativo).
A elaboração de resumos, feitos só de memória, também é um processo relevante e DIFERENTE da mera resolução de um exercício.
Esses processos, em conjunto, formam uma estratégia de estudo, ou melhor colocando, uma estratégia de apreensão de conteúdo.
Até aqui, provavelmente, quem tem dificuldade com as questões tem negligenciado a resolução de exercícios, e o tem feito por uma série de fatores, incluindo aí o MEDO em fazer uma avaliação de desempenho e verificar que não está assim tão bem das pernas. Pode parecer estranho mas este medo existe e ataca muitos candidatos.
E aqui faço uma proposta: que os últimos 20 dias antes da prova sejam utilizados para resolução do maior número de questões possíveis.
Isso proporcionará ao candidato uma série de vantagens! Inclusive uma que ele não espera muito: a compreensão mais abrangente dos TEMAS usados pela banca nas provas.
É inevitável: após resolver umas 10 provas o candidato vai perceber que vários temas são repetidos.
Ao chegar na prova poderá esbarrar em questões parecidas com questões anteriores, ou questões cujos matérias foram abordadas anteriormente.
Neste caso, a vida fica muito mais fácil.
O estudo da lei seca na preparação para a OAB
Ao enfrentar as questões objetivas da OAB em si o examinando deve ter em mente alguns aspectos relacionados a forma, poderíamos dizer universal, de abordar questões objetivas da OAB, seja do Exame de Ordem, vestibular, concursos e por aí vai.
Ler a pergunta com pressa pode ser desastroso. Pode não, geralmente é!
Não raro o candidato ACHA que sabe o tema perguntado e parte logo para achar a resposta, ou acha o enunciado difícil e não estabelece uma segunda leitura para compreendê-lo melhor, ou está nervoso e não apreende tudo.
Grande erro.
Regra básica: tenha a certeza do que foi perguntado.
Estabelecer essa certeza pode demandar mais um pouco de tempo, é claro. Mas é fundamental para depois se partir em busca da resposta nas alternativas.
Controle a sua pressa, ansiedade ou tensões. Resolver muitas questões ANTES da prova permite o estabelecimento deste controle.
A construção da resposta leva em conta este comportamento do candidato.Em regra, ao menos duas alternativas são parecidas entre as quatro ofertadas.
A leitura superficial da pergunta, com sua total compreensão de sentido, também em regra conduz o candidato para a alternativa com aspecto de plausível, mas errada como alternativa.
Quem faz as perguntas conhece as fraquezas dos examinandos. Existe toda uma teoria por detrás da construção de provas objetivas. E as questões são feitas com base em estudos específicos quanto a construção de perguntas.
O erro do candidato foi previamente pensado e trabalho por alguém.
A leitura das alternativas pode produzir três efeitos: ou o candidato vislumbra a alternativa correta; ou ele fica em dúvida entre duas ou três ou ele se dá conta que não sabe nada.
Se ele não sabe nada, tudo bem, não há dúvida quanto ao problema. Se ele bate o olho e identifica a questão certa, também não há dúvida quanto ao problema, ou este foi resolvido. Mas e se ele fica em dúvida entre duas ou três alternativas, INDUZIDO pela redação destes?
Por isso, em especial para candidatos com dificuldade de resolver questões objetivas, o ideal é pensar na resposta ANTES de ler as alternativas.
Isso ajudaria imensamente no processo de decisão e elidiria em parte o surgimento de dúvidas.
Temos aqui, entretanto, uma dificuldade, pois muitos enunciados da prova objetiva são rasos e não permitem a produção antecipada da resposta.
Vejam um exemplo retirado a última prova, do XXII Exame:
Obviamente não dá nem para começar a pensar na resposta. É preciso ler as alternativas para se inferir a resposta correta.
Aqui este método não se aplica.
Por outro lado, temos questões cujo enunciado, rico em informações, permite uma reflexão prévia da resposta:
Nem sempre a reflexão prévia poderá ser completa. Muitas das questões operatórias (em que há um problema a ser resolvido, em regra envolvendo uma situação fática e um questionamento jurídico) são completadas com as alternativas.
Em suma: se a pergunta permitir uma reflexão prévia, faça-a. Do contrário, conforme-se e siga o jogo.
Em regra, e isso se aplica a muitos tipos de provas objetivas, ao menos duas alternativas são manifestamente incorretas. Isso se aplica em especial no Exame de Ordem.
O candidato, na leitura das alternativas, deve marcar aquelas que ele julga como incorretas. Isso aumenta a probabilidade de acerto, pois 50% das alternativas foram previamente excluídas.
Repito: no Exame da OAB, em regra, duas das alternativas são manifestamente erradas. Atenção nisto!
Mesmo tendo a certeza de que achou a alternativa correta de plano, é recomendável a leitura de todas elas. Pois a certeza momentânea pode se transformar em dúvida, e a dúvida pode ser pertinente.
O examinando não deve se impressionar se "achou" a alternativa correta. Ele deve estar seguro, e ler as alternativa de forma parcial não ajuda nem um pouco neste processo.
É uma dica recheada de obviedade, mas ainda assim tal falha acontece.
Segue uma lista de sites que oferecem simulados online para o treinamento dos conceitos acima. Os sites oferecem as edições antigas do Exame de Ordem para serem resolvidas.
Reservem algumas horas por dia somente para resolver questões objetivas da OAB anteriores. Isso será muitíssimo útil na hora da verdade.