A resolução de questões e a análise crítica do erro

Terça, 27 de junho de 2017

A resolução de questões e a análise crítica do erro

Resolver questões da OAB e errar, quem nunca?

Todos, evidentemente, afinal, quando falamos de processos de aprendizagem o erro é um elemento inerente. Inerente e fundamental, pois o erro é um elemento indispensável de ajuste na preparação. Sem o erro não há aprendizado.

E por que não?

A questão, claro, guarda correlação com o processo em que o cérebro fixa o conteúdo e estabelece o aprendizado.

Primeiramente, para errar (errar de verdade) o estudante tem de tomar contato com o conteúdo. Sem o contato prévio não há erro, pois não há intelecção prévia que embase o processo de escolha.

Após o contato com o conteúdo, a informação retida é "chamada" para ajudar o estudante a encontrar a alternativa correta em um problema. Se a informação não é localizada, ou não está segura, sedimentada, no cérebro, há o engano e o erro passa a ter alta probabilidade.

O erro mostra exatamente o que NÃO foi retido durante o processo de estudo, que pode ter sido uma aula ou uma leitura, por exemplo.

Quando o erro é descoberto, geralmente após uma revisitação da fonte original da informação, temos um "estalo", seguido do famoso "ahhhhh".

Sabem o que é isso? É a informação passando pelo mesmo local de antes (entre as sinapses, na verdade) reforçando a presença da informação que estava lá anteriormente, mas registrada de forma fraca, débil.

Como assim?

As memórias são formadas pela deposição de proteínas entre as sinapses. Quando se lê algo pela primeira vez, as proteínas são fixadas, mas em uma quantidade pequenas. Se a informação é vista e repassada com frequência, esse registro torna-se, a cada revisitação, cada vez mais nítido. Na prática isso significa dizer que a informação consegue ser consultada pelo cérebro com mais facilidade. Assim, forma-se a memória profunda.

Quando se resolve uma questão, o erro precisa ser estudado, analisado e confrontado com a informação correta. Não se trata só de acertar ou errar e seguir em frente: o erro, para ter efeito pedagógico, precisa ser analisado.

Errou por quê?

O erro derivou de um engano ou de um esquecimento? E se enganar é bem diferente de esquecer.

Qual a natureza do engano? Erro de percepção ou de interpretação?

A partir dessa análise, com o aprendizado (que é muitíssimo diferente da simples decoreba, que não permite compreender o conteúdo) o processo de formação da memória é reforçado, e o conteúdo fica mais nítido na lembrança.

Obviamente, quando mais se estuda, mas se fixa o conteúdo, e a fixação é auxiliada, de forma muito consistente, pela resolução de exercícios.

É, eu diria, o método mais eficaz de memorização.

Mas, para isto, é preciso saber aproveitar bem a forma como se compreende o processo de erro.

Agora que falta pouco menos de um mês para a prova, o processo de resolução de questões não pode ser, de forma alguma, desprezado. Nesses últimos 26 dias os candidatos precisam, todo santo dia, incluir a resolução de questões no cardápio, levando em conta, claro, sempre a análise criteriosa do erro.

No dia da prova, lá na hora da verdade, vocês verão a diferença que isto irá fazer no desempenho final de vocês.