Sexta, 26 de janeiro de 2018
Que disciplina mais aprova na segunda fase da OAB? Essa é uma pergunta que interessa a muita gente, pois, obviamente, muitos candidatos se inscrevem em função da perspectiva de aprovação.
Aqui, neste ponto, podemos dividir os candidatos em 2 grupos:
1 - os que tentam um caminho racional, em função das probabilidades e do melhor desempenho na 2ª fase
2 - aqueles que optam pela disciplina que lhes é mais fácil em termos de compreensão ou da paixão.
Não sei dizer, até porque não existe nenhum estudo neste sentido, quantos fazem parte de um ou outro grupo, mas eu diria que a questão é bem dividida. Digo isso porque, quando criei a pauta para o Exame de Ordem da escolha da melhor disciplina, o fiz observando as muitas dúvidas dos candidatos.
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E sempre indiquei o caminho da escolha racional EM FUNÇÃO da aptidão do candidato, e não em razão de uma ou outra disciplina parecer melhor em comparação com as demais.
As novas leis permitidas no XXV Exame de Ordem
Sob minha ótica, um candidato não pode incorrer no erro de um "modismo" em razão de em uma determinada edição uma disciplina ter sido mais generosa (ou mesmo mais ingrata) do que as demais.
Mas não podemos fechar os olhos para as estatísticas, em especial por conta do grande lapso temporal analisado, entre o II e o XVII Exames.
A FGV liberou um estudo que trata desses dois temas sensíveis que podem servir de guia para quem está se preparando como também para quem vai se inscrever agora na repescagem e está pensando em trocar de disciplina. Os dados não estão atualizados, mas não temos outros para trabalhar: depende da FGV atualizá-los.
A reforma trabalhista no XXV Exame de Ordem:
https://www.facebook.com/gurudaoab/videos/848773731968503/Sempre escrevi aqui que a opção do candidato deve ser feita com base em sua afinidade intelectual, independentemente de estatísticas. Essa recomendação perdura e certamente nunca ficará desatualizada: escolher uma disciplina por modismo, ou em função dela parecer ser mais ?fácil? por conta das estatísticas, sem ter com ela nenhuma afinidade, pode implicar em uma escolha perigosa e em resultados desastrosos.
Claro! Se o candidato não faz a menor ideia para onde ir as estatísticas passam a representam uma boa ajuda na hora de se fazer a escolha. Lembrando sempre que o melhor processo de escolha é o prático, ou seja: escolhendo entre duas ou mais disciplinas e resolvendo diretamente algumas provas, mensurando o desempenho e avaliando a afinidade com os distintos ramos do Direito.
A escolha não pode ser passional, exceto se a paixão vem desde a faculdade. Neste caso, não restam dúvidas quanto ao que escolher.
Agora observem o gráfico abaixo. Ele mostra a média das preferências do examinandos na escolha das disciplinas durante o período compreendido entre o II e o XVII Exames. As barras azul-escuro mostram o percentual de candidatos em cada disciplina, enquanto as bolinhas azul-claro mostram o percentual de aprovação médio entre os candidatos que optaram por aquela disciplina em específico.
Logo, Direito Penal é a disciplina mais escolhida entre os inscritos, com 29% de preferência. Já Direito Constitucional atrai apenas 5% dos candidatos, mas aprova 33% dentre os que optam por essa disciplina, representando a disciplina que mais aprova proporcionalmente, seguida de Civil, Administrativo, Tributário, Penal, Trabalho e Empresarial.
Evidentemente, este gráfico não mostra algumas distorções que sabemos existirem. Em Empresarial, por exemplo, tivemos seguidas edições com provas muito complicadas. Aliás, algumas edições foram verdadeiramente sinistras, o que ajudou a jogar o percentual de aprovação (bolinha azul-claro) para baixo. Entretanto, ao menos nas 2 últimas provas, Empresarial voltou a ser uma prova "normal", ponderada, como era antigamente. Exceto, como explicado mais acima, pela pisada de bola da banca, mas que n~~ao tem nada a ver com a prova tomada em si mesma.
Já Penal e Trabalho reprovam muito porque têm, segundo minha percepção, os maiores contingentes de interessados. Quanto mais inscritos, maior seria a reprovação.
Constitucional, por seu turno, tem peças práticas com menos temas em comparação com as outras disciplinas, e as provas, em regra, são bem elaborfadas. Isso tem ajudado os examinandos.
Desde o XX Exame as provas já vem se tornando mais equivalentes, com uma distribuição de tópicos e temas de forma mais parelha.
Isso ficou muito nítido no XXI Exame, em que todas as disciplinas vieram, digamos, mais facilitadas, até por conta do que aconteceu na prova da 1ª fase, completamente desproporcional, gerando uma alta reprovação.
No XXII, a parte material das disciplinas veio mais complicadinha, mas as questões vieram sem maiores problemas.
No XXIII Exame, as provas vieram bem facilitadas, até por conta da pancada dada na 1ª fase, quando tivemos o pior Exame de Ordem de todos os tempos:
E agora, no XXIV, não tivemos nenhum problema na 2ª fase, mesmo com uma prova de 1ª fase mais tranquila. Ou seja, a banca não tentou fazer compensações.