Faculdades preparam demissões em massa ainda em 2017

Segunda, 18 de dezembro de 2017

Faculdades preparam demissões em massa ainda em 2017
Quem tinha dúvidas agora não deve ter mais nenhuma: de fato as faculdades preparam demissões em massa ainda em 2017 no Brasil, fruto do advento imediato da reforma trabalhista, cortes no FIES e leniência do MEC.

Ainda semana passada escrevi que as 1.200 demissões da Rede Estácio de Sá representava o início do desmonte do ensino superior no Brasil.

Iniciada a era do desmonte do ensino superior no Brasil

No final de semana a Folha de São Paulo apresentou a mesma visão, trazendo com ela novas informações sobre a onda de demissões em massa nas faculdades particulares no Brasil.

Segundo o site, a Universidade Metodista mandou embora cerca de 50 professores, segundo avaliação do Sindicato dos Professores do ABC. Há ainda relatos de atraso no pagamento nos salários e no 13° desde 2015.

Ainda na semana passada a Cásper Líbero desligou 13 professores. Em nota, a faculdade explicou as demissões:

"Com aproximadamente 90 docentes, em janeiro já temos programado o processo seletivo para reposição das vagas".

A Laureate, dona da Anhembi Morumbi, se reúne amanhã para deliberar sobre demissões. Segundo a instituição, o desligamento de professores ao final de semestre faz parte de um "ciclo natural do segmento", pois as convenções coletivas da categoria restringem as demissões em outros períodos do ano.

Segundo a Diretora do Sinpro-SP, Silvia Barbara, as demissões estão ocorrendo por conta da redução do Fies e do avanço do ensino à distância.

"As instituições tiveram um ciclo de expansão grande devido ao financiamento público, em especial desde 2010. Após 2014, os financiamentos ficaram mais restritos, e as instituições estão buscando manter suas margens de lucro"

Os sindicatos estão projetando, por exemplo, que o Mackenzie anunciará perto de cem demissões.

Obviamente, esse movimento colabora profundamente com a precarização do ensino superior, pois em regra são demitidos os professores mais caros, exatamente aqueles com mais tempo de casa, com experiência e titulação. O ajuste tem por base apenas a lógica do lucro, em detrimento da lógica da qualidade.

A Estácio deu início ao processo, e após o choque inicial, toda a rede superior de ensino privado vai seguir a mesma lógica.

Esse final de 2017 está sendo trágico para a educação.

Com informações da Folha de São Paulo.