Segunda, 27 de novembro de 2017
Qual o volume de treinamento para a 2ª fase da OAB? Ou seja, quantas peças práticas um candidato tem de elaborar por semana em seu processo de estudo até o dia da prova?
O que seria o ideal?
Essa pergunta pode fazer parte do imaginário de muitos candidatos, preocupados em ter um bom desempenho na preparação, além, claro, de estarem de olho no tempo restante de preparação: 55 dias. Quem já vem estudando há algum tempo pode achar, ao final do processo de preparação, que já esgotou todo o conteúdo e já estaria pronto para a prova.
A 2ª fase do Exame de Ordem é no Jus21
Talvez sim, talvez não.
O que seria, inclusive, "estar pronto" para a prova?
Eu acredito que é impossível se achar 100% pronto para fazer a prova, mas, em regra, quem se acha pronto vai para a prova seguro, confiante. Esta seria a constatação emocional de uma percepção técnica. Estar pronto mesmo envolve, por assim dizer, o domínio de TRÊS habilidades técnicas:
1 - Segurança na elaboração de TODAS as peças práticas da área;
2 - Segurança quanto ao domínio do vade mecum;
3 - Ter um bom domínio do Direito Material.
Ter um bom domínio do Direito Material é um desdobramento do domínio do vade mecum. Ninguém vai para a prova sem o seu respectivo código, e ninguém deve estudar sem consultá-lo permanentemente. E esse domínio também é adquirido pela simples prática, consequência do conteúdo assimilado nas aulas e na leitura do material didático.
Evidentemente, aqui, o candidato tem de ter a noção que NÃO basta somente acompanhar as aulas e fazer o que o professor pede. Isso é tão somente exercer uma auto-limitação. É preciso ir além, querer mais, buscar, exatamente, uma preparação extra que assegure uma excelente confiança no dia da prova.
Afora o estudo convencional, no curso, no mínimo, como atividade extra (Ou seja, além daquilo pedido pelo seu professor) o examinando precisa resolver por conta própria de 5 a 7 peças práticas por semana para, efetivamente, construir com consistência sua preparação e a sua confiança, derivada, exatamente, de uma boa preparação.
"De 5 a 7 peças por semana? Não seria demais?"
Não é! Talvez uns achem que mais peças precisam ser resolvidas. Outros, de menos. Eu acho que, dentro do período do preparação para a prova - sempre curto, por sinal - um esforço extra precisa ser empregado para a aprovação ficar bem mais próxima.
Mais deve ser feito, independentemente das aulas, simulados e peças passados pelo professor. De 5 a 7 peças semanais, ao meu ver, feitas como "extras", seria um volume adequado para o candidato.
Repetir a elaboração de determinados tipos de peças práticas da OAB não significa repetir literalmente uma peça, até porque enunciados podem diferenciar.
Levando em conta a certeza de que a fixação do conteúdo depende em certa medida de repetições, refazer um determinado tipo de peça algumas vezes é fundamental para dar segurança na hora da prova.
Estamos vivendo plenamente o advento do Novo CPC na 2ª fase de um Exame de Ordem. Não é uma novidade mais, mas o material já disponível ainda é escasso. Logo, a fonte primária de estudo será, inexoravelmente, os cursos preparatórios, pois os professores (ao menos os professores do Jus21) estruturam seus cursos exatamente para atender a nova realidade.
As provas anteriores da OAB, antes do XX Exame, podem ser estudadas, mas os candidatos terão NECESSARIAMENTE de adaptá-las a nova sistemática, com todas as implicações e alterações necessárias. Converter e adaptar peças seria uma boa forma de estudar também, só que bem mais trabalhosa:
Se por um acaso vocês acharem peças do tempo do CESPE, dispense-as. O grau de dificuldade na era FGV é significativamente MAIOR se compararmos com o CESPE.
Treino, em hipótese alguma, deve ser fácil.
Obviamente que tal ritmo de estudo é pesado, cansativo e mesmo estressante. Mas, como ressaltei acima, o lapso entre a aprovação e a prova é curto, bem curto. Esse tempo curto não justifica um sacrifício com data certa e próxima para acabar? A meta a ser atingida - a carteira da OAB - não vale este sacrifício?
Responda para si mesmo a pergunta: "o quanto vale para mim a carteira da OAB?"
A proporção do seu estudo deverá ser diretamente proporcional a resposta.
Você decide.