TST está com as vísceras expostas!

Sexta, 1 de setembro de 2017

TST está com as vísceras expostas!

A Coluna Radar, da Revista Veja, publicou hoje uma nota expondo, de forma assombrosa, as brigas intestinas dentro do Tribunal Superior do Trabalho.

O clima é de verdadeira conflagração.

Curiosamente, o Ministro Presidente do TST, Ives Gandra, esteve na cerimônia em que foi sancionada a Lei 13.467/17 - A Lei da Reforma Trabalhista - e elogiou abertamente o presidente Temer pela inovação legal:

Convidado a participar da cerimônia de sanção da reforma trabalhista, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Ives Gandra Filho, cumprimentou Michel Temer, em meio ao seu discurso, pelo que classificou de ?coragem, perseverança e visão de futuro" do chefe do Executivo federal ao "abraçar" as mudanças na legislação trabalhista, o ajuste fiscal e a reforma previdenciária.

Gandra Filho afirmou ainda que a negociação coletiva, que é a espinha dorsal da reforma, é importante porque, na avaliação dele, quem trabalha em cada segmento é que sabe as reais necessidades daqueles trabalhadores.

?Aquilo que é próprio de cada categoria você estabelece por negociação coletiva, quem melhor conhece as necessidades de cada ramo é quem trabalha naquele ramo?, disse.

Fonte: G1

É público e notório que Ives foi o único ministro favorável à reforma (ao menos publicamente), contrariando o ponto de vista da maioria da Corte:

Ministros do TST entregam manifesto contra reforma trabalhista ao Senado

Senado recebe manifesto de ministros do TST contra reforma trabalhista

O racha, ao menos neste ponto, é manifesto.

Quando a reforma trabalhista poderá ser cobrada no Exame de Ordem?

A nota de hoje, seguramente assoprada no ouvido do colunista por alguém de dentro do TST, vai mais fundo ainda na cisão e mostra um Tribunal Superior em pé de guerra.

Mais do que isto, mostra um Tribunal enfraquecido politicamente.

Confiram:

Ministros do TST atacam duramente presidente do tribunal

O presidente do TST, Ives Gandra Filho, anda completamente isolado dentro do tribunal. O clima é o pior possível entre ele e boa parte dos colegas.

Numa reunião, há cerca de 10 dias, a temperatura subiu a um ponto que raramente se vê em tribunais superiores, onde a liturgia é sacralizada.

Ministros acusam Gandra de fazer uma campanha permanente para chegar ao Supremo. Ele esteve entre os favoritos para assumir a vaga de Teori Zavascki, mas acabou preterido por Alexandre de Morais na reta final.

Os magistrados o taxam de militante das causas patronais e apaixonado pela reforma trabalhista.

Nos bastidores, ele não esconde sua convicção de que a Justiça do Trabalho se transformou numa arena de defesa dos interesses do proletariado, sejam eles quais forem.

Gandra considera que vem sendo massacrado e que seus companheiros de plenário estão completamente cegos. Alega que, da forma como tem batido seus martelos, a Justiça do Trabalho caminha para a extinção.

O caldo entornou de vez durante o processo de escolha do indicado do TST para ocupar uma cadeira no CNJ, ao longo do mês passado.

Com apoio da maioria dos integrantes da corte, foi enviado o nome do juiz Luciano Frota, que já desancou publicamente Gandra. O presidente do tribunal trabalhou contra o candidato preferido dos colegas.

Foi o suficiente para a coisa descambar.

Durante a tal reunião, os ataques mais incisivos partiram do ministro João Oreste Dalazen.

O presidente do TST ouviu que sua ambição havia extrapolado todos os limites. Outros o acusaram de manter seus interesses pessoais acima dos institucionais e afirmaram que ele não tem espírito republicano.

Gandra tentou contra-argumentar, defendendo-se dos bombardeios. Em alguns momentos, ele lembrou passagens inglórias dos seus algozes e, prontamente, foi acusado de adotar uma postura ?rancorosa?.

Logo após o embate, Dalazen comunicou ao presidente que vai se aposentar. Aos mais próximos, ele diz que não aguenta mais atuar num tribunal presidido por um ?louco?.

Fonte: Radar