Pensando a estrutura da prova objetiva da OAB

Terça, 11 de julho de 2017

Pensando a estrutura da prova objetiva da OAB

Estamos a 12 dias da próxima prova da OAB, quando finalmente vocês irão enfrentar a 1ª fase! É um bom momento para pensar sobre a estrutura da prova objetiva da OAB.

Ou, em termos mais simples, como a prova poderá ser apresentada?

E essa pergunta é importante, pois ela define a baliza com a qual os candidatos precisam se guiar nos estudos. Afinal, a preparação está sendo efetiva de verdade?

E sim, é possível ter uma antevisão da futura prova olhando para provas anteriores. Mais especificamente olhando para as provas do XX e XX (reaplicação de Salvador), XXI e XXII.

XX

Prova

Gabarito

XX (Salvador)

Prova

Gabarito

XXI

Prova

Gabarito

XXII

Prova

Gabarito

E por que essas 4 últimas provas?

Por dois motivos:

1 ? São as edições mais recentes. Por óbvio são as que refletem melhor o atual momento da banca e as últimas diretrizes passadas pela OAB;

2 ? Existe um NÍTIDO ?gap? entre a prova do XVIII e a do XIX Exame. No XVIII ainda encontramos poucas questões conceituais, ou seja, sem a narrativa de um problema em concreto no enunciado. Já a partir do XIX Exame esse tipo de pergunta simplesmente desapareceu, e isso se repetiu no XX Exame. Ou seja: a partir do XIX todas as questões são problematizadoras. Trata-se de um verdadeiro marco que nos permite antever como será a estrutura da próxima prova da OAB.

Vejam um exemplo:

Observem que a narrativa contida no enunciado apresenta ao candidato um problema concreto, um caso a ser resolvido pelo candidato.

É esse o tipo de estruturação de problema utilizado pela banca atualmente, e ele será usado em 100% da prova, muito provavelmente.

Saber disto influencia, evidentemente, não só as questões a serem escolhidas para treino como também, em especial, o treinamento prático da gestão do tempo na prova.

Como evitar esquecer o conteúdo na hora da prova?

Enunciados mais extensos demandam mais atenção e, claro, isso aumenta o desgaste durante a prova. Uma coisa é resolver 10 questões deste tipo; outra, resolver 80. A diferença ao final das 5 horas é gritante.

A diferença em toda a evolução das questões da 1ª fase da OAB podem ser nitidamente sentidas, como por exemplo na comparação das provas de hoje com uma das primeiras edições do Exame após a Lei 8.906/94. Nem dá para dizer que é uma diferença, e sim um verdadeiro abismo:

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Enunciados mais curtos, respostas mais vinculadas a um conceito seco, complementar ao enunciado e uma menor quantidade de questões.

Houve, há alguns anos atrás, a redução de 100 para 80 questões na 1ª fase, supostamente a pretexto de fazer com que as 5 horas fossem melhor aproveitadas pelos candidatos. Já à época eu dizia que isso trazia em si uma armadilha, pois a banca faria uma compensação nas questões: não deu outra!

Nem precisa recuar tanto no tempo para se notas as diferenças. Vejam esta prova do VI Exame:

Prova

Gabarito

Como será a estrutura da prova objetiva da OAB

A quantidade de questões problematizadoras, com enunciados extensos, foi crescendo a tal ponto que hoje só temos esse tipo de enunciado na prova. E, claro, o percentual de aprovação não esboçou nenhuma melhora com tal ?bondade? da OAB.

De uma forma ou de outra, o momento agora é o de focar no próprio cronograma de estudo e ir treinando com afinco a resolução de questões, o carro-chefe dos estudos no Exame de Ordem.

Revisar os pontos fortes ou os fracos para a prova da OAB?

É importante ir se acostumando, o quanto antes, com a estrutura da prova, suas nuances, para no momento da verdade a resolução das questões flua com o máximo de eficiência possível.

E, mais importante, o treinamento deve focar na compreensão do enunciado, na busca pelo seu sentido. O conhecimento de como é a estrutura da prova objetiva da OAB serve, principalmente, para impedir que o candidato se confunda durante a sua resolução.

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Neste momento é mais interessante reforçar os conteúdos que ainda não foram bem dominados ao invés de se priorizar aquilo que mais se domina. É nos pontos fracos que se retira a diferença na aprovação.

Oscilação do grau de dificuldade

Dentre as provas apresentadas aqui, uma se destaca: a prova objetiva do XXI Exame.

Ela foi duríssima com os candidatos. Na realidade, foi a pior prova recente do Exame, com um percentual de reprovação elevadíssimo na 1ª fase.

Já a prova do XXII foi muito, mas muito mais tranquila, tendo aprovado uma boa quantidade de candidatos.

Digamos, em um primeiro momento, que a prova do XXI foi uma "flutuação estatística" dentro do Exame, porque as provas do XVIII, XIX, XX e XXII foram razoáveis dentro do histórico do Exame de Ordem.

É bem provável que a próxima prova seja, novamente, razoável, considerando aqui, claro, a normal dificuldade do Exame.

Mas sobre a dificuldade em si tratarei de forma mais detalhada em um outra publicação.

A dificuldade da prova em si não deve ser objeto da preocupação de vocês. Foquem apenas em aprender e em resolver muitas questões.

O que tiver de ser, será!