OAB precisa controlar as ações dos fiscais de prova

Segunda, 29 de maio de 2017

OAB precisa controlar as ações dos fiscais de prova

Recebi várias queixas de candidatos sobre a postura de fiscais de prova que, sem razão aparente e sem nenhum embasamento no edital, arrancaram em algumas localidades as etiquetas da Marca Fácil dos vade mecuns dos examinandos.

Essas etiquetas, autorizadas pelo edital, não deveriam ter sido suprimidas.

Também fiquei sabendo que em algumas localidades, isoladas, alguns vade mecuns foram grampeados por supostamente ferirem o edital.

Esses dois problemas ocorrem em toda prova, mas em uma proporção ínfima que não merece maiores comentários. Entretanto, aparentemente desta vez, até mesmo pelo volume de reclamações, a conduta ganhou uma proporção exagerada.

A conduta dos fiscais NECESSARIAMENTE precisa ser uniforme por todo o país. Não é possível que um mesmo código seja permitido em certas localidades e em outras não. O mesmo raciocínio se aplica às etiquetas.

Causa um impacto considerável no emocional de qualquer candidato ser abordado e se defrontar com uma suposta irregularidade em seu material. Perde-se tanto a concentração como também tempo, e tempo na prova da OAB é um artigo de luxo.

OAB precisa controlar as ações dos fiscais de prova

Seria interessante a OAB informar que os fiscais NÃO tem autonomia para tomarem a decisão de suprimir ou não qualquer material de qualquer candidato sem antes estabelecer uma consulta prévia à coordenação do Exame. Telefone e whatsapp estão aí para facilitar as coisas e podem ser usados livremente para tal.

Vade mecuns usados na OAB não são produtos artesanais. São feitos milhares em cada edição e uma decisão sobre qualquer obra produz um impacto em milhares de candidatos. A decisão precisa ser CENTRALIZADA para evitar injustiças. Mas o que está sendo relatado é que por iniciativa própria fiscais tornaram-se senhores da verdade e da interpretação do edital, e isso é potencialmente lesivo em qualquer localidade no país.

Se a OAB perder a controle da ação dos fiscais, que movidos por sentimentos próprios e desgarrados do edital resolverem agir por conta própria, a prova inevitavelmente vai virar uma bagunça, e as dores de cabeça decorrentes disto irão tomar uma dimensão que ninguém deseja que tenha.