Quarta, 20 de agosto de 2014
O advogado Marcílio Braz, do Distrito Federal, publicou ontem nas redes sociais uma imagem curiosa sobre a realidade dos honorários de sucumbência:
A grande pergunta é: o que fazer com R$ 100,00?
Dá, por exemplo, para pagar a inscrição na repescagem no Exame de Ordem. Também dá para encher uns 2/3 do tanque de combustível e rodar por uns 3 ou 4 dias. É possível também ir ao cinema com a namorada e comer um combo com coca e pipocas.
Só não dá para viver da advocacia assim...
Seriam incríveis R$ 4,00 por mês se a causa durar meros 2 anos. Pagando os impostos, seriam apenas R$ 3,12. Obviamente, não ligue para o seu cliente para informar o andamento da ação, pois do contrário o "lucro" ficará com as operadoras de telefonia.
Essa é outra faceta da dificuldade em ser advogado atualmente. Não basta só o mercado remunerar mal os jovens advogados: os magistrados calculam honorários de sucumbência muito, mas muito aquém do justo, do real valor intelectual empregado para fazer o cliente ganhar uma demanda.
Muitos jovens advogados, ao invés de se submeterem aos valores irrisórios pagos em escritórios, abrem seu próprio negócio, e têm pela frente também mais essa dificuldade.
Aliás, não é um problema só para jovens advogados: é um problema para toda a classe.
A situação é tão grave que o próprio Conselho Federal da OAB lançou uma
Campanha Nacional pela Dignidade dos Honorários
Em ofício ao STJ e Tribunais, OAB denuncia aviltamento de honorários
Essa campanha, diga-se de passagem, deveria ser abraçada por todos os advogados.
Nâo só de trata de uma questão de sobrevivência mas também como a demonstração da união de toda a classe em torno de um tema de extrema importância: a dignidade do profissional.
Pois vamos combinar: R$ 100,00 de honorários, INDEPENDENTEMENTE do valor da causa, é uma vergonha.