Movimentação política na segurança sugere reforço em concursos públicos na área policial

Quarta, 28 de fevereiro de 2018

Movimentação política na segurança sugere reforço em concursos públicos na área policial

Esta publicação não tem a pretensão de adentrar na esfera política e muito menos se filiar a um ou outro partido ou ideologia. É importante fazer essa advertência preliminar em tempos de profunda divisão ideológica no país. Entretanto, é preciso analisar o atual contexto para expor uma observação do interesse dos concurseiros que estão se preparando para a área policial: concursos para a área de segurança deverão ser a prioridade pelo menos pelos próximos dois anos!

Por quê?

A intervenção federal no Rio de Janeiro pode ser vista por dois prismas distintos.

O primeiro é o da necessidade de se controlar a segurança pública naquele estado. Não entro no mérito do acerto ou não da medida, pois isso não é o objeto da análise.

Já o segundo tem um viés nitidamente político: o atual governo quer se cacifar para a eleição de outubro.

O quadro político está relativamente nebuloso, mas ao menos um nome aparece com destaque nas pesquisas eleitorais: o presidenciável Jair Bolsonaro. Seu principal discurso, ou ao menos seu posicionamento mais aparente, está vinculado a ideia de um reforço na área da segurança pública.

Bolsonaro, gostem ou não, hoje é um forte concorrente ao Palácio do Planalto.

E o governo do presidente Michel Temer percebeu isso.

A intervenção no Rio de Janeiro TAMBÉM É uma tentativa do Planalto de sinalizar para a população que Michel Temertem a pauta da segurança como prioridade, e a intervenção está sendo feita para demonstrar isso.

É uma aposta alta, pois caso a intervenção não gere resultados concretos, os planos do MDB para as eleições serão seriamente afetados.

Folha de São Paulo - Troca na PF mostra que Temer agora aposta todas as fichas na segurança

O uso político dos militares, para atingir objetivos eleitorais, parece-me claro. Em uma entrevista para a BBC, a Ministra do STM, Maria Elizabeth Rocha, pensa da mesma forma:

O Brasil está caminhando como o México, que colocou todos os seus militares para fazer papel de polícia. Isso me preocupa. Primeiro porque estou vendo que os militares estão sendo usados politicamente, o que é um problema. E depois porque os militares foram treinados para lidar com a guerra. Isso é diferente do papel da polícia, que tem uma interface comunitária, de tentar apaziguar conflitos.

Fonte: BBC

Outras unidades da federação mostram preocupação com a intervenção e seus reflexos:

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Assim como a violência, por si só, tem afetado outros estados também:

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O fato é: a segurança pública é a principal pauta política hoje, tendo inclusive abafado parcialmente a Operação Lava Jato, que vem dominando o noticiário político nos últimos anos.

E aqui vamos ao que nos interessa: há uma considerável probabilidade de termos não só uma aceleração nos concursos públicos previstos para a área policial neste ano, como até mesmo o surgimento de mais concursos em um prazo de tempo razoável.

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Há forte apelo político neste sentido, especialmente em função dos interesses eleitorais.

Só neste ano temos dezenas de concursos previstos ou já em execução. Vejam a relação:

Polícia Militar: DF, MT, ES, MS, GO, TO, AM, RN, PE e SE.

Polícia Civil: RS, ES, SP, RR, RN, AM, PA, AL, GO, PI, MT, DF e MG.

Agente Penitenciário: MT, RR, PA, MG e SE.

É muito razoável projetar que esse concursos serão executados com uma celeridade acima do normal, EXATAMENTE para atender a uma demanda política do momento.

Como eu disse, não entro no mérito da correção ou não da pauta política e suas consequências, mas que um impacto no universo dos concursos da área policial parece ser inevitável, isto é bastante claro.

Quem tem este tipo de concurso em mente precisa reforçar e intensificar a preparação, pois as perspectivas, sob este prisma, são muito boas no momento.

Quem pretender estudar ou já está estudando para a área policial tem diante de si o que chamamos de "janela de oportunidade". Pensem nisso!