Mercado de trabalho da advocacia: "commoditização" dos profissionais e a necessidade de se diferenciar no mercado

Quinta, 26 de fevereiro de 2015

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Já tem um bom tempo que afirmo: pós-graduação não é mais um fator de diferenciação no mercado de trabalho.

E não é porque o universo de pós-graduados não é mais tão restrito como antigamente. Na realidade, hoje ter uma pós é algo comum. Praticamente, logo após a graduação, os recém-formados já engatam uma pós.

E isso guarda uma IMENSA importância para quem está em busca de um espaço no mercado de trabalho: o estabelecimento do processo de DIFERENCIAÇÃO em relação aos demais concorrentes.

Vamos lembrar um conceito básico de economia: o valor está na raridade.

O que isso significa exatamente? Vamos comparar, por exemplo, um pedaço de granito e um diamante. Qual é o mais raro? E qual é o mais caro?

A resposta é óbvia!

E é óbvia porque tudo que é difícil de ser encontrado tende a ter seu valor aumentado na proporção de sua raridade. Aí vem a realidade do mercado da advocacia hoje no Brasil.

Existem 835 mil advogados no País, com previsão desse número subir para 1 milhão em 2018.

Durante a  XXII Conferência Nacional dos Advogados Brasileiros, ocorrido em outubro último, foi traçado um panorama do mercado no país.  A expansão do número de faculdades de Direito no Brasil desde 1995 seguiu a seguinte evolução:

1995 ? 165 faculdades de Direito

2001 ? 505 faculdades de Direito

2014 ? 1284 faculdades de Direito

Isso representa um crescimento de 778,18% no período.

O contingente de estudantes também é elevado. Nas graduações, anualmente, entram  282 mil novos estudantes, sendo que também, por ano, temos 125 mil novos examinandos. A diferença entre ingressantes e examinados se dá pelas desistências ao longo do curso e em razão de que nem todos fazem o Exame de Ordem.

É muita gente!!

Logo, o mercado passa a olhar não mais quem tem meramente a graduação, e sim quem tem um mestrado ou um doutorado, isto porque porque estes profissionais são mais raros.

Houve um deslocamento de interesse na busca dos profissionais, sempre caminhando para uma melhor qualificação e formação.

Um estudo da Consultoria Produtive, especializada em preparar executivos, apesar de não ser específica para o mercado jurídico, revela uma realidade facilmente projetável para qualquer mercado profissional vinculado à educação superior, incluindo aí o Direito.

Os vencimentos (de fome) do chamado ?advogado audiencista? e a crise do mercado da advocacia

?A lei de mercado não pode ser a lei da selva?, ou, ?pode a OAB salvar os advogados de honorários pífios??

A lei da selva, ou, R$ 17,00 por uma audiência, ou, mais uma evidência do colapso da profissão

O texto abaixo, da Consultoria Produtive, é de fundamental importância para quem vai enfrentar o mercado de trabalho. Ele mostra como os futuros profissionais devem encarar as expectativas dos empregadores.

Mais, como hoje ter uma pós-graduação NÃO É mais um elemento de diferenciação.

Confiram:

Pós-graduação virou commodity

Novo estudo da Produtive revela avanço na capacitação dos executivos e a relação direta com o nível de remuneração:

Com base em uma amostra de cerca de 400 executivos recolocados pela Produtive ? Carreira e Conexões com o Mercado nos primeiros sete meses deste ano e de 2013, a consultoria elaborou um levantamento que revelou o nível de capacitação dos profissionais das regiões sul e sudeste e a relação com as remunerações.

Nos anos 80, o diferencial era ser graduado. Na década de 90, se sobressaía no mercado quem tinha uma especialização. Desde então, a educação executiva não parou de evoluir.  Hoje, o diferencial é ter o mestrado e, em algumas posições, o doutorado passou a ser valorizado na hora da seleção para uma vaga. ?A pós-graduação, para o nível executivo, virou commodity. Para aumentar a trabalhabilidade, ou seja, a capacidade de se engajar em diferentes trabalhos, as pessoas perceberam que precisam investir em pós-graduações mais avançadas?, analisa Rafael Souto, CEO da Produtive.

O estudo da consultoria apontou que apenas 23% dos profissionais são apenas graduados. A grande maioria (68%) tem uma ou mais pós-graduações. Já aqueles que exibem os títulos de mestre e doutor representaram 9% da amostra. Na análise das remunerações desses executivos, verificou-se uma relação direta. No primeiro nível de capacitação (até a graduação), a remuneração média foi de R$ 5.812. O grupo com uma pós-graduação apresentou uma média de R$ 9.306 de salário. Aqueles com mais de uma pós obtiveram a média de R$ 12.801. E o grupo no topo do nível de capacitação (mestrado e doutorado) atingiu a remuneração média de R$ 13.804.

Quem fez essa ?escalada? no nível de capacitação, chegando a um mestrado ou doutorado, criou um plano B de carreira. A possibilidade de gerar renda por meio de um trabalho como professor universitário tem atraído muitos executivos. ?Entendemos que a carreira acadêmica é compatível com a executiva. É possível dar aula part time e, ainda assim, ocupar uma boa posição em uma companhia?, pondera Souto.

De fato, as empresas começaram a valorizar mais a integração entre a experiência prática e os estudos acadêmicos. Antigamente, as organizações achavam que o profissional estava ?perdendo? tempo quando retornava à sala de aula. Nesta visão, tais horas estavam sendo ?desviadas? da dedicação ao trabalho. Contemporaneamente, as companhias entenderam que, para aumentar sua competitividade, necessitam de profissionais diferenciados, que seguem se atualizando. Muitas empresas incentivam seus executivos e até bancam os estudos ou parte deles. ?Há um amadurecimento de ambos os lados. Os profissionais, preocupados em gerir da melhor forma sua carreira, buscam diferenciação por meio de capacitações mais avançadas. Já as empresas passaram a valorizar não apenas a prática e a técnica, mas também a vida acadêmica e até a pesquisa. Claro, ainda há um distanciamento entre as organizações as universidades. Mas isso tem melhorado ano a ano?, conclui Souto.

Fonte: Blog Produtive

Como interpretamos isso?

Ter graduação hoje não basta. É só o "start" para a vida profissional.

Ter pós-graduação não representa mais uma diferenciação, pois ela passou por um processo de "commoditização". Ou seja, todo mundo tem uma.

Ou seja, ter uma pós não é mais ter um diferencial em relação aos demais, e sim um verdadeiro pré-requisito para começar a "jogar o jogo".

Não é mais uma questão de "será que faço uma pós?" e sim uma questão de "onde faço a minha pós?"

Fazer uma pós não mais significa entrar em um processo de diferenciação em relação ao resto do mercado, e sim iniciar o processo de conformação com o restante do mercado. Se o recém-formado não fizer uma, ele simplesmente começa o jogo do mercado um degrau abaixo em relação àqueles que estão disputando um lugar ao sol.

O mundo, meus caros, mudou, e a competição é cada vez mais aguda.

Falando em pós, não posso deixar de sugerir a pós-graduação do CERS/Estácio.

http://posestacio.cers.com.br/

Basta dar uma simples olhada nos professores para saber, de plano, que se trata provavelmente da melhor pós-graduação do Brasil.

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Se é para começar o processo de qualificação, que isto seja feito com qualidade.

Alta qualidade!