Terça, 17 de abril de 2018
Na sexta-feira da semana passada o Secretário de Regulação e Supervisão do Ensino Superior autorizou a abertura de mais 9 faculdades de Direito, em um total de mais 1.210 vagas para estudantes de Direito.
Confiram a relação das novas faculdades de Direito:
Fiz uma pesquisa nas publicações antigas do Blog e achei um texto de 2011 sobre este mesmo tema:
"Esse assunto não é novo e, cada vez mais, fica claro que o MEC tem agenda própria, completante convergente com os interesses do empresariado da educação.
É assim e não vai mudar, seja o governo do PT, do PSDB ou de qualquer outro partido político. Vejo com muita resignação essa expansão irresponsável e seu futuro impacto para centenas de milhares de atuais e futuros estudantes de Direito.
O cenário da educação superior no Brasil é sombrio, particularmente no campo jurídico. O MEC não vai parar de dar autorizações até praticamente triplicar o número de vagas disponíveis, o que deve ocorrer dentro dos próximos 8 anos."
Fonte: MEC autoriza o funcionamento de mais faculdades de Direito
Não sei se o número de vagas triplicou, mas o clima sombrio para o mercado da advocacia é inequívoco.
O número de faculdades cresce há décadas sem seguir nenhum critério.
Por exemplo: por que Brasília precisa de mais 240 vagas em um curso de Direito? O que mais existe na capital federal são faculdades de Direito e advogados.
Não há nenhum critério para abertura de vagas, e isso é inequívoco.
Curiosamente, o governo suspendeu mês passado a abertura de novas faculdades de medicina por 5 anos:
Governo suspende abertura de novos cursos de medicina por cinco anos
Suspensão para inglês ver, pois os editais de abertura de novos cursos não foram suspensos, assim como o próprio presidente pode derrubar esse decreto assim que bem entender.
Suspensão da abertura de vagas em Medicina não passa de um cala-boca!
De toda forma, o motivo que levou a suspensão de novos cursos de medicina não se aplicariam aos cursos de Direito?
Óbvio que sim! Aliás, o Direito, mais do que medicina, precisa disto. Entretanto, o MEC tem outras prioridades.
Já vivemos as consequências da expansão irrefreada de cursos, e a leniência do MEC só faz piorar o quadro.
A verdade é: do jeito que a coisa vai, seremos dois milhões de advogados em menos de 10 anos.