Quarta, 15 de fevereiro de 2017
Eu teria que voltar ao ano de 2010 para montar todo o histórico de falhas que a FGV já protagonizou no Exame de Ordem. E foram muitas desde a primeira edição. Muitas mesmo!
Lembro-me que, nestes 9 anos de Blog Exame de Ordem, só pedi uma única vez o afastamento da FGV. Não me lembro exatamente em que edição, mas esse "pedido" ocorreu uma única vez, apesar de todas as falhas ocorridas ao longo desses 7 anos.
Na realidade só tivemos duas edições "redondinhas" do Exame de Ordem na era FGV. Em todas as demais sempre surgiu algum problema para atormentar os examinandos.
Em regra os problemas mais graves ocorrem sempre na 2ª fase. A 1ª fase consegue superar suas próprias falhas mesmo que anulações pertinentes não sejam, incompreensivelmente, efetivadas.
Ou seja, se estou pedindo pela segunda vez o afastamento da FGV é porque efetivamente o pleito faz sentido. Não é uma bravata ou uma birra, pois costumo ser muito criterioso com o que escrevo.
A falha de ontem, com todo o respeito, é imperdoável!
Uma prova da magnitude do Exame de Ordem, de âmbito nacional, só perdendo para o Enem em tamanho e complexidade (ou seja, uma das maiores provas do mundo, sem dúvidas), não passou por nenhuma revisão?
Isso é falta de compromisso! É levar as coisas nas coxas!
O desgaste de imagem para a OAB é imenso, pois a FGV erra mas a culpa recai sobre a OAB.
E não me furto em falar: a OAB erra em insistir com a FGV no Exame de Ordem.
Sim! Eu sei que foi uma falha de sistema e que a OAB não tem ingerência alguma neste processo, mas a culpa in eligendo é toda da OAB.
O trabalho da Ordem é sério, a fiscalização efetivamente existe, mas a prestadora de serviço sistematicamente incorre em falhas. A Ordem se queima por tabela, e se queima por sua inércia também.
A pior coisa para o Exame é ser desmoralizado. Trata-se de um instrumento sério de fiscalização profissional, indispensável para manter a higidez de todo o Poder Judiciário. Sim, pois se a prova acaba o mercado seria inundado por aproximadamente mais uns 2 milhões de bacharéis. O sistema implodiria devida a superveniência de uma hiper-litigação sem precedentes.
A OAB precisa preservar a imagem do Exame de Ordem e a FGV não colabora.
Não são uma, duas ou três queixas. Tratam-se falhas sistemáticas e recorrentes.
Não é possível que a Ordem não consiga contratar uma outra organizadora, com tantas existentes no mercado ,que tenham a capacidade de elaborar e aplicar a prova.
Empresas habilitadas ao serviço existem: basta querer achar uma!
A FGV já teve chances demais para aplicar provas sem problemas. Esta 2ª fase era para ter sido mamão-com-açúcar, pois as provas foram tranquilas e os gabaritos corretos. Mas aí, por desleixo, aconteceu o que aconteceu.
Daqui em diante a culpa pelas falhas da FGV vão recair EXCLUSIVAMENTE na cabeça da OAB, pois uma inércia diante do ocorrido ontem não passará de uma aceitação tácita da incúria da FGV.
O Exame de Ordem lida com a vida das pessoas! Com a vida e o futuro! O que entra em jogo na aplicação da prova é simplesmente toda a vida estudantil dos examinandos e sua perspectiva de futura atuação profissional.
Os conselheiros e presidentes de seccionais precisam ver a angústia e ansiedade dos examinandos com a prova. É algo verdadeiramente impressionante! Ontem então esse drama chegou a um patamar inédito.
Creiam-me: as pessoas passam mal por conta do Exame de Ordem, tamanha é a expectativa pelo resultado e sua importância para a vida profissional
O Exame de Ordem é coisa muito séria porque lida com a vida das pessoas.
Que uma outra empresa trate a prova com mais carinho, ciente da importância da imagem da OAB, de seu Exame e da vida dos examinandos, assumindo a condução daqui em diante.
Não dá mais para continuar com a FGV. Não é agradável dizer isso, não é agradável pegar pesado na crítica, mas ficar inerte diante do absurdo ocorrido ontem e dos sistemáticos erros anteriores seria negligência da minha parte.
E será culpa da OAB manter esse contrato, assim como será sua culpa todo e qualquer futuro problema com o Exame.
Ninguém quer nada de espetacular, mas tão somente uma prova certinha, onde os candidatos possam ser avaliados por seus méritos e deméritos.
É demais pedir isso?