Inteligência artificial é desenvolvida para substituir servidores do Judiciário

Terça, 26 de setembro de 2017

Inteligência artificial é desenvolvida para substituir servidores do Judiciário
Inteligência artificial, com objetivo de dar agilidade à Justiça, é desenvolvida por empresa brasileira.

O objetivo é dar agilidade à Justiça: com base em perguntas e respostas. O sistema consegue executar uma ordem de bloqueio de conta no site do Banco Central . A tecnologia chamada Léia, em homenagem à princesa, agora general, dos filmes "Guerra nas Estrelas". Ela foi criada por uma empresa de Florianópolis para ser uma ferramenta de ajuda aos juízes.

Quando as máquinas irão tomar o nosso trabalho

O uso da inteligência artificial no judiciário está em discussão em Santa Catarina, com questionamentos como se os sistemas poderão substituir o trabalho humano.

"Mais para frente, a gente percebe que o caminho natural é a adoção dessas tecnologias; o uso de inteligência de dados, inteligência artificial. Para ajudar a automatizar o trabalho, a pesquisa, a estruturação de documentos", diz o juiz Luis Felipe Canever, membro do Conselho Gestor de Tecnologia da Informação do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC).

Inteligência artificial e tecnologia

A tecnologia poderia, por exemplo, fazer uma pesquisa de decisões semelhantes para ajudar o juiz em um processo. "O sistema inteligente consegue ler uma petição e extrair elementos para o que o juiz possa julgar.

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O juiz consegue orientar o sistema: 'se tiver essas condições, a minha decisão será nesse sentido'. [O sistema] Vai reproduzindo as decisões do juiz de forma inteligente ? faz a leitura, identifica as normas, argumentos e pedidos em relação a todos os casos", explica Paulo Roberto Froes Toniazzo, diretor-administrativo do Instituto de Estudos Multidisciplinares, que faz estudos na área de tecnologia. Ele também é pesquisador na área de soluções para o judiciário.

Sindicato questiona uso da tecnologia

Essa questão sobre os trabalhadores é um dos pontos que serão discutidos em um congresso que acontece em Florianópolis no início de outubro sobre o futuro do judiciário. O evento é organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina (Sinjusc). A entidade questiona o uso dessas tecnologias.

"Fazemos o paralelo com os bancários, que passaram por um processo desse tipo há algum tempo atrás. Eles tiveram seus postos de trabalhos substituídos por máquinas. Mesmo que isso represente uma facilidade para quem utiliza o serviço, há extinção de inúmeros postos de trabalho", afirma o primeiro-secretário do Sinjusc, Guilherme Peres Fiuza Lima.

"Não está guardada a correlação necessária da prestação do serviço com o cidadão. Não tem nenhum estudo de que vai beneficiar a população, não existe nenhum estudo com relação a qual é o real reflexo da virtualização para a sociedade", argumenta Lima.

'Tempo para atividades mais nobres'

O juiz Canever acredita que a automação vai tornar possível que os trabalhadores do judiciário possam se dedicar mais a outros serviços. "Vai permitir que a gente tenha mais tempo para atividades mais nobres, como cuidados dos casos particulares, alguma coisa que fuja do modelo mais geral", diz.

Ele se mostrou otimista com o uso da tecnologia no futuro. "Vai ter um período de transição, de como adaptar [o trabalho dessas pessoas quando houver a implantação], mas o ser humano jamais vai deixar de ser necessário".

Fonte: G1