A importância do planejamento dos estudos para a OAB

Quarta, 31 de janeiro de 2018

A importância do planejamento dos estudos para a OAB

Você está estudando e, de repente, uma mosca passa voando na sua frente.

Pronto! É o que basta para o foco ir para o espaço e o interessante voo do asqueroso inseto se torna em um evento inigualável.

Bom...não que isso tenha acontecido de fato com você, mas eventos similares, de distração, certamente já ocorreram. E, muito provavelmente, com uma frequência bem maior do que você gostaria.

O fato é que só podemos sustentar a concentração por um determinado período de tempo, caindo inevitavelmente em um processo de distração quando há uma saturação da mente.

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Mas não se aborreça, há uma explicação científica para este fenômeno, o da distração.

A psicóloga Kathlen Vohs, da Universidade de Minnesota, elaborou uma série de testes para avaliar a capacidade de raciocínio de dois diferentes grupos. Em uma destas avaliações, os voluntários deveriam fazer um determinado exercício, e os dois grupos ganhariam um brinde como recompensa. Entretanto, um dos grupos pode escolher, em um catálogo, o que iriam ganhar antes do experimento começar.

  Kathlen Vohs

O efeito dessa simples escolha foi muito interessante: os voluntários do grupo que pode escolher o brinde cometeram mais erros e desistiram bem mais rapidamente. A explicação está, de acordo com a teoria que balizou o estudo, na percepção de que o cérebro tem uma capacidade limitada de tomar decisões. E essa capacidade vai sendo reduzida ao longo do dia até um momento em que o a mente precisa parar, descansar, para depois recuperar a capacidade original de operar.

Ou seja: pensar, refletir e tomar decisões cansa.

Isto estaria relacionado com a chamada "função executiva do cérebro". Trata-se de um conceito neuropsicológico recentemente formulado. Isso implicaria em levantar informações, impor organização, formular planos, fixar objetivos, manter controle sobre circunstâncias que podem ser alteradas a qualquer momento, e até mesmo antecipar numerosas possibilidades e modificar objetivos e planos de acordo com o momento. Em estudos neuropsicológicos, as funções executivas do cérebro têm sido demonstradas como sendo muito diferentes da inteligência geral e memória.

Tudo isso implica em tomar decisões, e isso, conforme vimos, cansa.

Em outro estudo, os pesquisadores liderados pela Drª Kathlen Vohs, descobriram que os participantes dos experimentos que fizeram mais escolhas em um shopping eram menos propensos a persistir e resolver problemas simples de álgebra. Em outra tarefa no mesmo estudo, os alunos que tiveram de escolher suas preferências sobre quais cursos necessários para satisfazer os seus requisitos de graduação eram muito mais propensos a adiar a preparação para um teste importante. Em vez de estudar, essas mentes "cansadas" envolvido em atividades de lazer e distração.

Os pesquisadores associaram o cansaço mental com dois componentes importantes: compromisso e resolução-troca.

O compromisso baseia-se na noção de que se comprometer com um determinado curso exige a mudança de um estado de deliberação para o de execução. Em outras palavras, você tem que fazer uma transição de pensar em opções para realmente dar prosseguimento a uma decisão. Esta opção requer recursos executivos.

E isso gera implicações importantes no mundo real. Tomar decisões cansa a função executiva, e isso implica em prejuízos no processo de concentração e resolução de problemas.

Aqui podemos fazer uma transposição para o processo de estudo.

Com base nestas informações podemos afirmar, com alguma segurança, que a falta de planejamento nos estudos pode gerar problemas de concentração, pois a tomada de decisões, no caso, a escolha do que estudar, que doutrina ler, que aula assistir, ou que conteúdo estudar podem prejudicar os estudos, pois os recursos executivos do cérebro estariam sendo gastos e prejudicariam, exatamente, a capacidade estudar sem perder o foco.

Ou seja: ter um planejamento, seguir uma estratégia não teria só a função de guiar os estudos como também de manter o cérebro mais descansado, despreocupado com o que fazer - ou seja, liberto da necessidade de decidir - pois há um guia prévio e determinado a ser seguido, e isso não demandaria esforço.

Essas percepções derivadas destes experimentos sugerem que o cérebro funciona - neste aspecto - como um músculo: quando esgotado, torna-se menos eficaz. Além disso, devemos levar esse conhecimento em conta na hora de tomar decisões. Se você acabou de passar muito tempo com foco em uma tarefa em particular, fazendo muitas escolhas aparentemente menores, então não deveria tentar tomar uma decisão importante ou mesmo estudar.

Confiram 3 dicas para ajudar a repor a concentração:

1. Coma sem culpa

Cientistas americanos descobriram que, quando as pessoas não comem o que querem (para fazer dieta, por exemplo), o cérebro fica frustrado ? e desiste 50% mais rápido de tarefas difíceis.

2. Solte as emoções

Dois grupos de voluntários foram chamados para assistir a uma comédia ? e depois fizeram uma prova de inglês. O grupo que foi proibido de rir teve um desempenho 33% pior.

3. Acredite no seu potencial

Pessoas mais auto-confiantes, que tomam decisões mais rápido, conseguem pensar por até 40% mais tempo.

Com informações da Superinteressante e da Cientific American