Quarta, 6 de dezembro de 2017
A notícia abaixo foi publicada na noite de ontem no blog do colunista Lauro Jardim:
A Estácio aderiu à nova legislação trabalhista: está demitindo este mês 1,2 mil professores (de um total de 10 mil). Em janeiro, vai recontratar os 1,2 mil, não mais pela CLT, evidentemente.
Internamente, a Estácio justifica assim o movimento: os professores ganhavam uma remuneração acima do mercado. Vai, agora, reajustá-los.
Fonte: Lauro Jardim
A notícia primeiro revela o ajuste que o mercado vai dar nas relações trabalhistas de um modo geral. O que a Estácio fez será também implementado por muitos outros. É simplesmente colocar na ponta do lápis e ver que se economiza custos reestruturando a folha de pagamento sob a diretriz das novas regras trabalhistas.
Depois, ela revela como o empresariado da educação enxerga os PROFESSORES: mero custo.
O achatamento de direitos trabalhistas de professores é um PÉSSIMO indicativo. Tudo seguindo, claro, a lógica do mercado: os melhores profissionais não enxergam estímulo ao trabalhar para receber menos. Eles pedem as contas e a instituição contrata profissionais menos qualificados: quem paga o pato é a qualidade da educação.
Evidentemente, não será só a Estácio a fazer isso: Quase todos no mercado o farão, especialmente as instituições dependentes do FIES.
A redução dos custo operacional relacionado com a mão de obra, em alguma medida, será utilizado para reduzir também o custo da mensalidade, jogando os preços para baixo em um mercado altamente competitivo. A redução da Estácio tem tudo para gerar um efeito dominó nos outros grupos educacionais: é uma questão de tempo.