A FGV "descobriu" que para reprovar muito basta apertar em Ética

Quarta, 2 de maio de 2018

A FGV

As questões de Ética Profissional foram, sem dúvida, a grande baliza da última prova objetiva da OAB, e isso serve de alerta para quem vai fazer a prova do XXVI Exame, pois aparentemente a FGV "descobriu" que para reprovar muito basta apertar em Ética.

O curioso da prova objetiva do XXV é que os candidatos, na média, não a acharam tão difícil. Evidentemente, trata-se de uma percepção bem subjetiva, mas como estamos acostumados a "ler" as impressões dos examinandos desde antes da unificação, essa observação tem seu valor.

Enquanto na 1ª fase do XXIII Exame de Ordem foram 15.352 aprovados, sem anulações, e com uma percepção péssima da prova, no XXIV Exame tivemos 47.693 aprovados, sendo que a impressão geral foi boa, bem parecida com a impressão do XXV Exame.

Aprovados na 1ª fase do XXV Exame de Ordem: 29.892 examinandos.

Entretanto, ainda assim, a aprovação na prova objetiva do XXV não foi das melhores: 29.892 examinandos aprovados, em que pese a percepção geral sobre a prova não ter destoado tanto da prova do XXIV.

E a "culpa" disto atribuo diretamente sobre Ética Profissional.

A quantidade de relatos feitos por candidatos que acertaram apenas 3 ou 4 questões entre 8 foi absolutamente forma do comum. Obviamente, Ética é uma disciplina fundamental para a aprovação. Acertar metade ou menos reduz sensivelmente as chances de sucesso na primeira fase.

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As questões de Ética foram elaboradas com temas não muito comuns aos usualmente cobrados, além de terem sido elaboradas dando mais ênfase às exceções dentre destes temas. A raiz do péssimo desempenho geral na disciplina - e na prova - está aí.

Essa forma de construir as questões revelou-se bem cruel com os candidatos.

Em regra os candidatos acertam acima de 60% das alternativas, mas desta vez o que se viu foi um mar de gente que acertou 2, 3 ou 4 questões, o que foi DECISIVO na hora da aprovação.

A FGV "descobriu" que não precisa elaborar uma prova muito difícil no todo, atraindo para si críticas. Basta focar em disciplinas mais importantes (ou seja, nas quais o desempenho dos examinandos seja melhor) para "quebrar" os candidatos. Parece-me que foi isso que aconteceu no XXV, pois Ética, e também Processo do Trabalho, estiveram fora do escopo tradicional.

Isso sem contar que no XXIII Exame a banca reduziu as questões de Ética de 10 para 8. Um aumento na reprovação é a consequência lógica dessa mobilização da FGV.

Na próxima terça-feira teremos a divulgação da lista final de aprovados na 1ª fase, e muitos candidatos depositam suas esperanças na anulação de ao menos 2 questões de Ética.

A probabilidade é baixa, mas agora a questão está com a OAB. Veremos o destino a ser dado aos recursos apresentados.

De toda forma, fica a advertência aos examinandos que farão o XXVI Exame: Ética continua sendo o fiel da balança, só que ainda mais.